Vilar, Doce e Poético Cantinho

LIMITES GEOGRÁFICOS

 

O limite geográfico de Vilar ninguém o saberá definir, permanecendo no abstracto duma vaga memória.

Agora, com as novas divisões administrativas e eclesiásticas, sem contudo ouvir e respeitar as populações interessadas, criando-se fronteiras bem demarcadas, não deixa de baralhar as convicções e conhecimentos seculares.

Planta de Vilar

Os caminhos e servidões que vinham desde Aveiro para o transporte do moliço (1446 primeira referência à descarga de moliço, em 1867 “deo 2 caretos de molisso para o Lula $240, e em 1932 escasso comprado em S. Jacinto 15$000) permanecem quase intactos no seu traçado original, mas os limites em que os acidentes naturais do terreno, em que as valas de água se destacavam, foram desrespeitados.

Antigamente Vilar tinha uma dimensão em área enorme, e era frequente considerar-se que a vala que atravessa a meio da rua do Caldeira, vinda desde o Cemitério, ia por ali acima chegando a incluir no lugar parte do Arieiro. Do outro lado e desde o Cojo, seguindo a vala entre a Choisa e a Quinta do Lopes considerando como sendo de Vilar a Patela, as Areias de Vilar e as Cilhas de Vilar!

Hoje Vilar está inserida na parte rural da cidade e limitada por novas freguesias que nos seus limites “roubaram” um pedaço a Vilar, a saber, Aradas, S. Bernardo, Sta. Joana e Esgueira!...

A própria estrada para S. Bernardo gerou polémicas quanto ao seu nome, pois os de S. Bernardo, e não só, queriam que se chamasse Estrada de S. Bernardo, mas prevaleceu o bom senso, continuando como Estrada de Vilar, muito embora seja conhecida por alguns como a Estrada da Carreira, o que se percebe.

Essa via para Coimbra foi aberta em 1856, permane­cendo impraticável até 1927, de tal maneira que quando um dos raros automóveis aí passava, tinham de vir buscar uma junta de bois a Vilar para o tirar das covas!

A partir desse ano foi lançado “maquedame” desde a passagem de nível até à Costa do Valado, tendo como empreiteiro Américo Capela de Angeja que utilizou duas camionetas “REU” que impressionavam pela velocidade e grande carga!...

Já no Estado Novo foi aplicado paralelepípedo e muito recentemente, alcatrão.

A estrada era ladeada com frondosos álamos a partir de onde hoje é o Crédito Agrícola até aos Escuteiros, dando­-lhe um ar romântico.


      Página anterior   Página de opções   Página seguinte