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João Miguel Monteiro


Árvore

O teu tronco,

Grosso e rugoso,

Tem uma magia...

É espantoso!

Olho-te e reparo

Que as tuas folhas

Têm algo de raro.

Macias e brilhantes,

Leves como penas,

Dispostas como livros em estantes.

As tuas flores

Quase que cantam,

Afastando todos os horrores.

 

Às vezes pergunto-me:

«Como seria esta vida,

Sem homens a poluir

A tua harmonia?»

 

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