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Eduardo Manuel Maia Figueiredo


Azevim

E eis-me p'rá q'ui assim!
com o fado em descaminho!
ao qu'eu chamava azevinho,
chamais-lhe aqui o azevim!
se foi por azar qu'eu vim,
ou se vim por ser assim,
não deixo d'estar contente:
afinal, existe mais gente!
qu'eu vim bastante azedo...
e aqui o deixo p'lo meu dedo...
mas, sendo quadra a do natal,
e dançando no bem e no mal
(que p'ra uns sou um igual,
e p'ra outros só um sinal),
vou deixar-vos nesta lousa,
ó gente de paço de sousa,
o desejo dum bom ano,
e boa produção no vinho,
com água a correr no cano.
termino como o elmano,
se não posso fazer mais fatos,
ao menos tenho os gaiatos...
e não corteis mais azevinho:
ele foi mote no meu caminho.

ESC. C+S de Paço de Sousa
14/12/1992

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