Acesso à página inicial de Carminda Figueiredo.

 

As Minhas Experiências

 

Muitas vezes, quando chegava ao hospital, não sabia para onde ir. 

Andando pelos corredores, olhava para os quartos. Quando sentia um toque especial, entrava. Sentia então que Deus me encaminhava para o quarto certo. Nas cabeceiras das camas dos doentes colocam os seus nomes, e eu, assim, dirigia-me a eles de uma forma mais directa, como se já os conhecesse. Perguntava o que lhes tinha acontecido e conversávamos um pouco mais. No desenrolar da conversa, sentia que Deus ia sempre colocando na minha boca as palavras correctas para cada situação. Por vezes, alguns, por não saberem quem eu era, ficavam admirados e eu apresentava-me. Assim sendo, ficavam agradecidos.

Tive alguns casos em que as pessoas ficavam realmente contentes e os olhos delas brilhavam, porque não tinham visitas com frequência.

Senti que, duas vezes por semana, sábados e domingos, seriam os dias em que eu iria fazer estas visitas. Com o tempo, apercebi-me que, durante a semana, elas seriam ainda mais necessárias, pois são os dias em que as pessoas estão mais ocupadas com o trabalho e o corre-corre do dia-a-dia e as visitas não ocorrem com tanta frequência. Por isso, tive o cuidado de ir durante a semana; prometia aos doentes e não queria faltar-lhes. Deste modo, lá estava eu uma vez por semana também.

Ao fim de alguns meses, encontrei a chefe das voluntárias do hospital e quis alistar-me no grupo. Ela disse-me que não era preciso, visto que já havia muitas pessoas inscritas. Não quis insistir. No entanto, sabia que o meu trabalho não era igual ao delas, pois Deus tinha para mim um propósito diferente.

No ano de 2007, convidei uma senhora brasileira para ir comigo. Acompanhou-me duas vezes. Logo da primeira, entrou num quarto de Cuidados Intensivos e o enfermeiro aborreceu-se com ela. Era um enfermeiro de barba e óculos, que lhe disse:

– Não pode fazer isso! Se quiser tem que pedir uma autorização ao seu líder.

Perante isto, mantive a calma, ficando todavia bastante apreensiva com a situação.

Graças a Deus, tudo passou. Depois daquela situação, pensei: vou falar com o Pastor para me dar uma autorização. E assim fiz. Entretanto, o Pastor disse-me que essa situação tinha que ser tratada com o Bispo, mas este não estava. Continuei as visitas sem autorização.

Quando me dirigia ao hospital, ou ainda em casa, fazia as minhas orações para que Deus me orientasse. Fiquei algumas vezes sentada num banco em oração, onde sempre sentia Deus a falar comigo:

– Avança!

 

O ano de 2005 foi aquele em que eu mais senti a presença de Deus e em que eu mais me senti inspirada para falar com os doentes.

Durante a semana em que eu ia e vinha a correr, uma mulher que estava a vender bolos dizia:

– Sempre a correr!

Um dia, o marido dela também deu entrada no hospital. Eu já andava a notar que ele não andava bem: tinha os olhos amarelos e um ar cansado.

Certo dia, encontrei a mulher dele que ia visitá-lo. Fui com ela e levei um livro para oferecer ao senhor: “Jesus ponte para a vida”. Um dos muitos exemplares oferecidos, cujo montante terá ultrapassado a centena, durante a minha passagem pelo hospital.

Na última visita que lhe fiz, ele disse-me:

– Já li o livro todo!

Fiquei contente, pois a finalidade era mesmo essa e ainda mais, porque a sua mulher me dissera que também iria ler o livro.

Infelizmente este senhor acabou por falecer, mas sei que Deus o salvou.

Costumo dizer que o Senhor pode curar, mas nem sempre o faz. Só cada pessoa e cada um, individualmente, pode determinar a sua cura... Os médicos e os enfermeiros estão lá para ajudar, mas são usados como instrumentos nas mãos Dele.

Na minha vida já ouvi muitos testemunhos em que Deus operou um milagre de cura. Vou falar de um caso que passado comigo!

Há cerca de 19 anos apareceram-me uns quistos na vista chamados chalásios. Fui ao doutor Leite da Silva, grande médico aveirense, que me ajudou bastante e me operou por cinco vezes. Já estava cansada. Lembro-me dele me dizer: – Tem que ir para a praia. Tem falta de iodo.

Realmente, havia já alguns anos que não ia à praia. O interessante é que o último apareceu-me num Verão. No mês de Julho eu costumava ir pedir trabalho às feiras e estava a aproximar-se a Agrovouga. Pensei comigo: assim não vou conseguir trabalho! Ajoelhei-me no meu quarto e pedi com fé para que Deus removesse aquele quisto. Nesse dia não me lembrei mais disso, pois entreguei esta situação nas mãos de Deus. Ao outro dia, quando fui lavar a cara, percebi que o quisto havia desaparecido. Fiquei muito contente. Deus tinha-me operado sem bisturi. Desde aí, nunca mais tive quistos na vista.

 

Agora vou contar um testemunho de uma rapariga dado pelo seu pai. A menina tinha doze anos e o médico dizia que ela tinha três meses de vida. O pai, ouvindo a mensagem do grande amor de Deus, teve fé. Então aconteceu mais um milagre. Sobreviveu a um cancro. Ultimamente, tenho ouvido muitos testemunhos na Rádio Informédia. As pessoas contam os milagres para os ouvintes dessa rádio. 

Vou agora contar o testemunho duma moça que tinha “dermatomiosite”. Foi o testemunho que mais me tocou. Ela tinha dores horríveis e andava muito curvada. A médica dizia-lhe que tinha de tomar certos medicamentos. A dada altura, por fé, a rapariga decidiu deixar de os tomar. Um dia perguntou à médica o que aconteceria se ela não tomasse os medicamentos. Ela respondeu-lhe que sem os medicamentos ela ficaria numa cadeira de rodas. O que é certo é que ela não mais os tomou  e recuperou. Deus operou e fez mais um milagre.

 

No ano de 2005 eu sentia muita alegria quando ia fazer as visitas ao hospital. Neste ano encontrei lá um homem chamado José. Era forte e ainda me lembro bem do rosto dele. Estava muito doente.

– Boa tarde! Então o senhor vai melhor?

– Não! Estou mal!

Perguntei: – Tem fé? Quer que eu faça uma oração?

Ele respondeu num tom grosso e aborrecido: – Não!

Então, saí do quarto e prossegui.

Passados três dias, voltei a visitá-lo e disse:

– Então, senhor José?

Ele respondeu: – Vou morrer! Eu vou morrer!

Eu retorqui-lhe: – Confie! Não vai morrer. Quer que eu peça a Deus por si?

– Olhe!... Se quiser peça!

Fiz uma pequena oração e vim embora, mas sei que o Espírito de Deus deve tê-lo interpelado.

Ao outro dia (julgo eu), voltei ao quarto do senhor José:

– Como está? Então, está melhor?

O homem, com um sorriso no rosto disse:

– Eu vou viver! – E repetiu. – Eu vou viver!

Fiquei impressionada. Senti uma enorme satisfação ao perceber que realmente Deus me enviara para ajudá-lo e dar-lhe uma palavra de fé.

 

Um outro caso, que tenho bem presente, foi quando entrei num quarto onde se encontrava apenas um homem. Cumprimentei-o e...

 
 

Página anteriorPágina inicialPágina seguinte