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Locais a Visitar

Museu de Santa Joana Princesa (Museu de Aveiro)

O Museu de Aveiro está instalado no antigo Convento de Jesus. De início foi apenas uma Casa de Recolhimento fundada por D. Brites Leitoa, em 1458. Cumpriu essa função até 1461, altura em que, por Bula Papal de Pio II, se tornou Convento Feminino de Clausura.

A presença entre as religiosas da princesa D. Joana, filha do rei D. Afonso V, a partir de 1472, levou ao engrandecimento do mosteiro.

A igreja de Jesus, com rica talha dourada e azulejos, o túmulo da princesa, obra-prima do barroco, o claustro e o refeitório são algumas das áreas conventuais integradas no museu.

Três dos seus portais são da transição do séc. XV para o XVI: o da Sala do Capítulo Novo, o do Refeitório e o da Capela de Santo Agostinho. O claustro é renascentista (século XVI) e alberga o portal da outrora capela de S. Simão, já do manuelino renascentista. Por força do decreto datado de 1834, as ordens religiosas foram suprimidas, mantendo-se o Convento de Jesus de Aveiro em funcionamento até à morte da última freira, em 1874. De seguida foi confiado à Congregação das Irmãs Terceiras Dominicanas, tendo o seu espaço albergado um colégio feminino.

Aquando da Proclamação da República, o colégio foi encerrado. Em 1911 foi destinado a Museu, não sem antes ter sido declarado Monumento Nacional, pelo Decreto/Lei de 16-6-1910. / 11 /

 

Igreja de Jesus

O grande destaque vai para a Igreja de Jesus, cuja Capela-Mor é um dos símbolos mais importantes das Capelas Portuguesas totalmente revestidas a ouro. A talha corresponde a dois períodos do barroco: o Nacional (últimas décadas de seiscentos) e o Joanino (primeira metade de século XVIII). A Igreja possui bons painéis de azulejos do século XVIII e um órgão monumental datado de 1739.

 

Túmulo da Princesa Santa Joana

No coro baixo, evidencia-se este magnífico exemplar de embrechados de mármores coloridos, encomendado por D. Pedro II ao arquitecto régio João Antunes. A beatificação da Princesa D. Joana, em 1693, motivou uma campanha decorativa que se evidencia na Igreja e coro baixo, no coro alto, capelas anexas e sala de lavor, onde faleceu, a 12 de Maio de 1490, e que é transformada, no século XVII, em capela que lhe é dedicada. A fachada, datada de 1751, «tratada como se fora de palácio», foi erguida para conferir unidade às casas conventuais.

 

Sé Catedral

Antiga igreja do Convento Dominicano masculino, construída junto a uma das portas das desaparecidas muralhas medievais. O edifício, cuja fundação remonta a 1423, sofreu várias alterações e ampliações até à actualidade. Da antiga igreja resta uma parede de pedra talhada, com um nicho onde se encontra uma imagem gótica de Nossa Senhora. As capelas laterais dos sécs. XVI e XVII contêm retábulos. Destacam-se o retábulo em calcário da Visitação, obra renascentista dos fins do século XVI, e um magnífico retábulo em madeira esculpida com uma estátua maneirista polícroma de Nossa Senhora do Rosário. O pórtico é barroco e data de 1719.

No amplo adro, pode apreciar-se a cópia do cruzeiro do séc. XV, estando o original exposto no interior da igreja.

Cruzeiro de S. Domingos

(Monumento Nacional, Decreto/Lei de 16-6-1910) Retirado do exterior, em 1979, a fim de ser preservado dos / 12 / efeitos do tempo e da poluição, encontra-se no interior da Sé Catedral. Trata-se de uma obra-prima do século XV, de grande valor iconográfico: o capitel está decorado com cenas da Paixão de Cristo e com figuras alegóricas representando os Evangelistas. Os braços da Cruz acabam em flores-de-lis.

 

Igreja da Misericórdia

Imóvel de Interesse Público (Decreto no735/74, de 21/12), Projectada por Gregório Lourenço. O início da construção data de 1600, no tempo de Filipe III (II de Portugal], tendo sido acabada no reinado de D. João IV.

O portal filia-se no período final do renascimento, tendendo para o maneirista, sendo a abóbada da capela-mor do séc. XVII, ambas as obras de influência da escola coimbrã. Retábulos e capela-mor em calcário, assim como os caixotões do tecto da capela. Os azulejos policromos seiscentistas que cobrem as paredes do seu interior são também merecedores de destaque.

O banco de espaldar alto, encimado pelas armas reais, era utilizado pela mesa administrativa.

 

Igreja das Carmelitas

(Monumento Nacional, decreto de 16-6-1910). Integrada no antigo Convento das Carmelitas, edificado no século XVII. A Igreja apresenta riquíssima talha dourada de três épocas diferentes dos séculos XVII e XVIII e painéis de azulejos do séc. XVIII. As pinturas, de excepcional beleza, dos séculos XVII e XVIII, ornamentam os tectos da nave e do coro. / 13 /

 

Ria de Aveiro

É o resultado do recuo do mar, com a formação de cordões litorais que, a partir do séc. XVI, formaram uma laguna que constitui um dos mais importantes e belos acidentes hidrográficos da costa portuguesa. Abarca 11 000 hectares, dos quais 6 000 estão permanentemente alagados, e é composta por quatro grandes canais ramificados em esteiros que circundam um sem número de ilhas e ilhotes. Nela desaguam o Vouga, o Antuã e o Boco, tendo como única comunicação com o mar um canal, que corta o cordão litoral entre a Barra e S. Jacinto, permitindo o acesso, ao Porto de Aveiro, de embarcações de grande calado.

Rica em peixes e aves aquáticas, possui grandes planos de água, locais de eleição para a prática de todos os desportos náuticos.

Ainda que tenha vindo a perder, de ano para ano, a importância que já teve na economia aveirense, a produção de sal, utilizando técnicas milenares, é, ainda, uma das actividades tradicionais mais características de Aveiro, havendo, actualmente, dezenas de salinas em laboração. Muito especialmente no Norte da Ria, os barcos moliceiros, embarcações únicas e de linhas perfeitas, ostentando policromos e ingénuos painéis decorativos, continuam a apanhar o moliço, fertilizante de eleição, bem dentro dos mais exigentes e actuais parâmetros ecológicos, que transformou solos estéreis de areia em ubérrimos terrenos agrícolas.

 

Notas Breves

Santa Joana, a Princesa

Filha de D. Afonso V, Rei de Portugal, a Princesa Santa Joana nasceu em Lisboa, no dia 6 de Fevereiro de 1452. Órfã de mãe aos 4 anos de idade, procurou desde menina praticar sempre a mais edificante virtude, tanto no desprendimento das grandezas da corte e das vaidades do mundo, como na profunda piedade e vida interior, na sincera devoção à paixão de Cristo e na desinteressada caridade em favor dos pobres.

Aos 19 anos, recolheu-se no Mosteiro de Odivelas; mas a 4 de Agosto de 1472, entrou no Mosteiro de Jesus da então Vila de Aveiro, a que ela chamava "a sua Lisboa a pequena". Aí viveu em austeridade e fervor religioso, sob o hábito dominicano, até ao seu falecimento, ocorrido em 12 de Maio de 1490; tinha 38 anos de idade. Foi sepultada no coro baixo do referido Mosteiro.

Logo após a sua morte, o povo de Aveiro começou a venerá-la por santa, considerando-a mesmo, mais tarde, como protectora da Cidade; o seu culto foi confirmado pelo Papa Inocêncio XII, em 4 de Abril de 1693. Em 5 de Janeiro de 1965, o Papa Paulo VI constituiu-a padroeira principal da Cidade e da Diocese de Aveiro.
 


 

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