Acesso à hierarquia superior.

Secundária José Estêvão

Cintura de Lírios, Duarte Morgado, 1997/98

CONCLUSÃO

Interessa-me ser um professor que procura exercer a sua competência profissional. Essa competência baseia-se no facto de me preocupar em ser um estudioso e investigador de todo o sistema de ensino (mais no campo pedagógico) e ao mesmo tempo praticante de tudo o que vou adquirindo ao longo da minha actividade. O domínio evolutivo de conhecimentos teóricos e práticos conceptualizam as referências base para o entendimento do ensino; o domínio evolutivo de técnicas e aptidões fundamentam a minha actuação. Creio que o mais importante em todo o processo, e o que na realidade é válido, são as questões de princípio que me levam a responder ao para quê, para quem, como e em que contexto implementam decisões. Nem sempre o que se planifica resulta. Sou dos que aprendem a reestruturar mais com um erro do que com o que sai bem. Tudo depende de como determino os modos de acesso à aprendizagem do aluno; e essa empatia é a base determinante de uma progressão positiva para todos os implicados. Apesar de ter dezoito anos de trabalho como docente, apesar das mudanças vertiginosas da organização social na actualidade ser responsável aos desajustes de valores que, transportados para a Escola, tornam o ensino numa luta renhida entre focos de informação, tento recusar-me a não desafiar os problemas.

A Escola não se pode isolar como instituição, porque, além da Escola, existem mais agentes de educação. A Escola não se deve ocupar de todos os alunos da mesma forma, porque uma resposta educativa pode ser vista de uma maneira diferente por cada aluno. A Escola não pode ser um "pulverizador" de saberes inertes, porque deixa de ser viva e inovadora. A Escola não pode ser um local para onde se transferem responsabilidades familiares, porque não há receitas milagrosas de substituição familiar. Mas a Escola também não pode ser um local onde os agentes não se envolvam nas suas tarefas com responsabilidade e amor ao próximo, por não se sentirem motivados por qualquer razão (a valorização da condição docente é outra história mais complicada). Então qual será a Escola ideal? Só sei que um professor é tudo porque dele depende uma boa condução, é / 66 / nada porque se deve colocar em "ausência" para que essa condução seja criativa e espontânea. Quando a missão educativa vai a bom porto, no sentido do seu ideal de serviço, provoca autonomia e responsabilidade no aluno. Munir os jovens de consciência crítica provoca-lhes um melhor controlo de si mesmos. Creio que é isto de bom que Oficina de Expressão Dramática tem para oferecer, tanto na sua génese como na sua essência.
 

 

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