A mais
antiga é a da Vista Alegre, logo seguida dos «Bombeiros Velhos» da
cidade-capital − quase um século! A mais recente é a de Lourosa,
imediatamente precedida pela de Sever do Vouga − menos de um lustro de
vida qualquer delas.
Vinte e cinco diplomas estatutários dão existência legal
a corporações de Bombeiros do Distrito de Aveiro: apenas uma − a de
Arouca − não logrou entrar ainda em efectiva operosidade. Espalham-se
elas por dezasseis dos dezanove concelhos distritais − o que quer dizer
que só três (e são eles Castelo de Paiva, Murtosa e Oliveira do Bairro)
não têm corpos de Bombeiros. Em contrapartida, alguns concelhos contam
mais do que uma corporação: duas − Espinho, Estarreja, Ílhavo, Mealhada
e Ovar; três − Aveiro e Vila da Feira.
Todos os corpos de Bombeiros aveirenses, mesmo os
Privativos (do Amoníaco Português, da Companhia Portuguesa de Celulose e
da Fábrica da Vista Alegre), são hoje estritamente constituídos por
voluntários. E, entre elementos directivos e activos, mais de mil homens
do Distrito velam permanentemente, numa determinação espontânea e
gratuita, pela vida e pelos haveres do semelhante. Somando-lhes os
sócios não directivos nem activos, os auxiliares, com esta ou qualquer
outra designação, − os quais, não tendo embora uma actividade constante
na vida associativa, nela participam, não apenas com a benemerência das
suas contribuições, mas com o fundamental e importante direito e dever
do voto para eleição dos principais responsáveis − teremos, numa
estimativa aproximada, dez mil aveirenses prontos, uns, a garantir, e
outros a dar efectivo e imediato socorro logo que soa o alarme nas horas
de angústia. Assim calculados estes números, e aceitando como
verdadeira, para o Distrito de Aveiro, a cifra demográfica do meio
milhão, chegamos a este resultado: cada quinhentos habitantes tem por
si, para os momentos de sinistro, dez almas generosas; e, nos momentos
de sinistro, apenas uma vida pronta para o inteiro sacrifício pelas suas
vidas e haveres − o que, sendo pouco, infelizmente, no cômputo das
ambições aveirenses, é, felizmente e lisonjeiramente, vultoso no
confronto de percentagens, tomadas nas mesmas bases, com outros
distritos.
Quanto se segue e vai anónimo é da exclusiva redacção do
coordenador deste Boletim − e foi escrito sobre o firme dos poucos
elementos de que dispunha e dos que solicitou a todas as corporações, as
quais aparecem no texto pela ordem alfabética das localidades onde têm
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quartel-sede, os Privativos no final; o que nos chegou responsabilizado
por assinatura deve-se à diligência, muito louvável, de algumas
corporações que, dispensando o coordenador de trabalhos, confiaram a sua
história a penas esclarecidas.
Isto se regista para explicar o desequilíbrio − formal,
conceitual e de pormenor entre o que é da modesta lavra do coordenador e
o que lhe foi endereçado, inteiro e perfeito, por distintos
historiógrafos.
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