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Prefácio

Arte de Aveiro ontem, também hoje e sempre

Este livro, reflete o percurso de muitos amigos, artistas e companheiros de Aveiro, de muitos anos, que deram a esta cidade um sentido cultural e vida estética. Sinto-me honrado por escrever estas memórias e espero cumprir esta tarefa com o Aveirismo que me invade a alma. É com orgulho e satisfação que dou este contributo.

Ele reúne muitos diálogos que nos animam e que nos envolvem de prazer; das memórias do passado, nos artistas de hoje, na esperança dos vindouros. Transmite-nos a certeza que muitos artistas estão a desabrochar e irão lutar pelas mesmas causas. Usam as mesmas armas no exercício da construção de uma sociedade menos obscurantista.

Compreendo que a Arte é uma realidade, uma materialização do sonho, da imaginação, dos desafios de intelecto, que reúnem os mundos interior e exterior do Ser. Um êxtase que está para além da compreensão e que se plasma na matéria visível.

Uma vitalidade de ser, manusear coisas e construir. Estes Aveirenses foram capazes de fazer de tudo um pouco, e hoje apresentam-nos uma excelente coleção de obras de Arte.

Cruzam-se distintas técnicas e linguagens, que se interligam para formar um trilho de muitos e laboriosos trabalhos que tornam estes artistas um exemplo de civismo e amor à sua terra, a seguir pelos vindouros.

Esta excelente aposta cultural na compilação de um livro que os amigos Armando Regala e Manuel Pacheco decidiram organizar, é uma ação digna de louvor e respeito para com todos quantos, agora e sempre deram a esta cidade de Aveiro um testemunho de alto e magnífico potencial artístico. Esta obra define bem o caráter e o modernismo do seu tempo: arrastam connosco o esforço, a grande odisseia que cada um legou às novas gerações e que muitos continuam a construir. / 18 /

Esta perceção estética é para nós um estímulo, uma espécie de contentamento interior que nos devolve o amor à nossa terra.

Não me compete, nem é da minha incumbência analisar estas tendências aqui expostas, dada a diversidade de diálogos, propostas, e outros ritmos que cada um decidiu executar.

"A beleza de um jardim está na variedade de flores". Aí encontramos as intimidades de cada artista, seus anseios, e influências.

Hoje é, para todos nós, os que ainda vivem, um dia de unidade, de convívio entre amigos. Para os que já partiram, temos um sacerdócio a cumprir: respeitar a sua memória, fazer valer as suas obras e torná-las conhecidas.

Apelo a todos os formadores para continuarem a estimular e incentivar as crianças nas atividades artísticas. A escola é o lugar para debater as suas primeiras experiências criativas, e definir novos rumos.

Estar sempre para além dos manuais escolares ou impostas disciplinas é uma dinâmica que o aluno deve adotar: mudar novos gostos e ideias num sentido crítico vanguardista; trabalhar sempre com atitude responsável mas não mecânica.

Amamos o nosso sonho, e cumprimos o nosso dever; fazer e dar a conhecer a nossa Arte.

A todos o nosso muito obrigado.

Hélder Bandarra 2023
 

 

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