Escola Secundária José Estêvão, n.º 7, Jun.- Jul. de 1992

Há coisas que valem realmente a pena. São aquelas que, como diz o poeta, engrandecem cada pedaço da nossa alma e nos fazem grandes perante nós mesmos; conhecer e salvar o planeta são, indubitavelmente, duas delas.

Na exposição que visitámos encontrámos os mais variados instrumentos utilizados por comunidades índias e tivemos oportunidade de ouvir sons típicos e habituais do ambiente em que se inscreveram estes núcleos populacionais, como o sussurrar das águas que se passeiam ouvindo uma saborosa melodia de pássaros exóticos e brisas constrangidas pela vegetação exuberante.

Notámos, assistindo a este certame, que uma das preocupações que motivou e norteou os dinamizadores da exposição foi a preocupação da preservação da integridade cultural e ambiental destes povos e destes espaços, respectivamente. Não pudemos deixar de notar com uma nota de prazer indisfarçável que os Portugueses foram obreiros nesta importante tarefa. Hoje, salvar e preservar a integridade cultural e ambiental destas comunidades é tão importante como foi nos séculos do expansionismo descobri-las e colonizá-las.

Não deixámos também de notar a interacção que se estabelece entre o tema do certame e o espaço físico onde este decorre, o Mosteiro dos Jerónimos; duas marcas indeléveis do período da expansão, uma ao nível humano e civilizacional, outra ao nível histórico-arquitectónico, ambas ao nível cultural. E, se importa preservar ambientes e comunidades humanas, importa, do mesmo modo, preservar algo que faz parte das nossas raízes e da nossa identidade cultural, o nosso património arquitectónico.

Madalena Jesus Cristo

9.º Ano

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

Página anterior Índice de conteúdos Página seguinte

pág. 7