Escola Secundária José Estêvão, n.º 5, Out. - Dez. de 1991

CONTROVÉRSIAS?... CERTAMENTE NÃO!

"AVALIAÇÃO CONTÍNUA… AVALIAÇÃO FORMATIVA"

Há cerca de duas décadas que é nosso entendimento ser a "AVALIAÇÃO UM PROCESSO SISTEMÁTICO E CONTÍNUO".

Sua Excelência, o Senhor Ministro da Educação vem recordá-lo no recente Despacho 162/ME/ de 09/09/1991, publicado em OUT 91, talvez para prevenir qualquer estado amnésico no que é o mais elementar na formação dum professor profissionalizado.

Era a década de 70, fazendo jus à nossa profissionalização, já praticávamos a Avaliação Contínua, incluindo como é obvio a Avaliação Formativa... dado "ter esta um papel preponderante no ensino-aprendizagem, pelas possibilidades que oferece de auto-correcção (feedback) para o aluno e para o professor.

Foi o período em que fizemos a opção para o "porquê da falha ou sucesso dum programa de instrução, em substituição da simples verificação desse sucesso ou dessa falha.

Era a transferência, sob o ponto de vista da AVALIAÇÃO, da ênfase na FORMATIVA E NÃO NA SUMATIVA.

Pela relativamente longa participação na "Formação de Professores", já tivemos oportunidade de referir num número desta Revista e sobre o tema Avaliação:

«Fundamentalmente é um meio para aperfeiçoar o processo educativo, controlando-o e comprovando-o através dos resultados que se vão obtendo.»

Essa avaliação permite o "feedback" que fazem do ensino-aprendizagem, uma relação de bi-univocidade.

O professor pela Avaliação Sistemática e Contínua determina a eficácia da sua programação; metodologia utilizada; meios... ritmos de aprendizagem; alunos que carecem de ajuda especial e tipo de ajuda; etc. ...

A prática desta AVALIAÇÃO CONTÍNUA impõe o recurso a vários instrumentos de controlo (mapas de conceitos; diagnóstico sistemático da estrutura cognitiva do aluno; listas de verificação; provas formativas escritas diversas;...).

E como devemos proceder, nós professores implicados no processo, para superar aquelas situações em que a dotação orçamental da Escola não permite suportar as quase ridículas (em termos do O.G.E.) despesas com alguns instrumentos de controlo?

Certamente que Vossa Excelência, Senhor Ministro da Educação, vai ficar surpreendido com esta minha respeitosa confidência:

«Nós professores do ensino não superior, como que num missionarismo, vamos buscar à exígua retribuição salarial concedida a um licenciado (e posterior estágio para profissionalização), os escudos necessários ao pagamento de alguns daqueles instrumentos de avaliação formativa distribuídos pelos alunos (de cada vez, uma fotocópia por aluno; outros materiais;... e turmas com mais de 30 alunos!).»

Os outros licenciados, os tais Técnicos Superiores, também têm este procedimento? E a Ilustre Classe Castrense também subsidia os tiros (em sentido figurado) que dispara?!

Medito nas palavras do Prof. Doutor Luís Valadares, publicadas em 19/10/1991:

«É bem sabido que as sociedades europeias mais desenvolvidas investiram prioritariamente nos sistemas educativos desde o final dos anos 50, durante mais de 20 anos.

Os profissionais de Educação (dos quais os professores, são por certo, os que desempenham papel mais importante) devem desenvolver as carreiras em clima de exigência…» ■

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* Professor do Quadro de Nomeação Definitiva do 11.º B

O Plano de Actividades da Escola Secundária de José Estêvão, para o ano 1991/92, assenta no seguinte esquema conceptual:

1. reconhecer e reconstruir a nossa identidade geográfico-cultural através:

1.1. do aprofundamento do estudo da língua-mãe, "como factor afectivo e factor de alma";

1.2. do diálogo litoral/interior – dois espaços diferenciados duma mesma realidade;

2. estimular o sentimento europeu pelo conhecimento melhorado das línguas e das diversidades espácio-culturais;

3. desenvolver a cidadania universal pela participação em projectos pedagógicos de cariz científico, artístico, literário com a utilização de novas tecnologias;

4. reflectir sobre as novas epistemologias e espaços de conceptualização em que assentam os conteúdos científicos e pedagógicos dos nossos programas;

5. desenvolver atitudes e interiorizar valores na perspectiva da educação ambiental:

5.1.   pelo retomar do pensamento ecológico;

5.2.   pelo reconhecimento do património paisagístico cultural regional e inter-regional de o preservar;

6. recuperar e revalorizar, através dum trabalho interdisciplinar, o património escolar;

7. perspectivar o trabalho manual como processo de reabilitação das artes artesanais;

8. envolver toda a escola num aspecto lúdico que vise não só reavivar os grupos tradicionais como interferir no desenvolvimento dum espírito de abertura e tolerância.

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A primeira lista das actividades do PAE tinha sido publicada no Aliás n.º 4. Voltaremos a ela em balanço.

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

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