Escola Secundária José Estêvão, n.º 6, Jan.-Maio de 1992

Teresa Granjeia

Um testemunho de mãe

Sou professora nesta escola e mãe de uma jovem deficiente com 10 anos de idade. Há algum tempo, tenho trabalhado os problemas das crianças deficientes em Portugal, bem como a integração das crianças e jovens "excepcionais".

Em Portugal, a legislação no que respeita às crianças "inadaptadas" é uma das melhores. Apesar disso, a maioria das crianças deficientes e as suas famílias vivem isoladas e esquecidas.

A explicação para esta situação tem de ser encontrada no modo como a sociedade olha para estas pessoas "diferentes". Ainda não compreendem nem aceitam que as pessoas com deficiência, consideradas todas as suas limitações, rodem e devem viver como quaisquer outras dentro da comunidade.

É muito difícil integrar estas crianças nas escolas regulares. A lei de integração é objectiva, mas, infelizmente, tem sido difícil colocá-la em prática. Acima de tudo, é urgente investir na mudança de mentalidades e na criação de estruturas que permitam aos nossos estudantes "diferentes" e famílias atingir a plena realização do sonho da sua completa integração na sociedade e na escola.

Há, apesar deste panorama, casos de pessoas que encaram a "deficiência" numa perspectiva diferente que merecem ser falados. Peço agora à professora da minha filha para contar mais em pormenor a sua experiência que ela realizou com bons resultados.


Um testemunho de professora

Até hoje, Rita encontra-se num estádio de desenvolvimento que não acompanha o seu crescimento ou a idade cronológica.

Tem vários problemas: não pode ler, escrever ou contar, ainda que realize outras actividades com os seus colegas, tais como movimento, dança, expressão dramática e jogos que divertem e preparem para a vida dos estudantes na sua escola primária.

A presença de Rita nesta escola primária é muito boa para os outros estudantes. Isso mesmo fica expresso na ternura e afecto com que eles escrevem frases que ilustram com criatividade tal como mostram os seguintes exemplos: "Rita é uma rapariga encantadora e doente", "Rita é um grande bébé", "Eu gosto muito da Rita", "Rita é uma rapariga que frequenta a nossa escola e comunica connosco mas que não pode fazer o que nós fazemos porque é doente".  


X OLIMPÍADAS NACIONAIS DE MATEMÁTICA (1991/1992)

A Sociedade Portuguesa de Matemática realizou a 10.ª edição das Olimpíadas Nacionais de Matemática. A nossa escola tem garantido a participação de alunos nas eliminatórias e alguns deles têm chegado às finais nacionais. No ano 90/91, António Manuel Salgueiro (então no 10.º ano) não só foi à final nacional da sua categoria, como foi representar Portugal nas Olimpíadas Internacionais que se realizaram na Suécia. Este ano, António Manuel Salgueiro (agora no 11.º ano) voltou a ir às finais e a conseguir qualificar-se para voltar às Olimpíadas Internacionais que, este ano, se irão realizar em Moscovo.

Aqui fica a citação dos nossos jovens matemáticos que se distinguiram nas Olimpíadas deste ano:

        Pré - Olímpicos

Catarina Sofia Borges – 7.º D

Alexandre Maia – 7.º G

Ana Margarida Vilarinho – 7.º D

Ana Rita Queirós – 7.º B

        Categoria A

Maria João Mónica – 8.º

João Pedro Martins – 9.º

Sara Alves Cruz – 8.º

João Francisco Barreto 8.º
 

Ricardo José Domingos – 9.º

João Filipe Costa – 9.º

José Angel Fernandez – 8.º

Francisco José Ferreira – 8.º

João Miguel Peralta – 8.º

Pedro Nuno Figueira – 8.º

Nuno Filipe Ribeiro – 8.º

Faber Miguel Silva – 8.º

Destes não houve quem
passasse à final nacional.

        Categoria B

António Manuel Salgueiro – 11.º

Filipe José Nunes – 11.º

José Vasco Barreto – 12.º

José Sizenando Cunha – 12.º

Ricardo Rocha – 11.º

Maria Conceição Lopes – 11.º

Isabel Vieira Lourenço – 11.º

Destes foram às finais António Salgueiro e José Vasco Barreto.

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

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