Rosas

 

Tempo ácido, incerto, em turvação

E uma primavera triste, angustiada

Esquecida nos jardins da confusão

Com rosas e velhos em debandada.

 

 

E o estio, madrigal numa desgarrada,

Um gritado estribilho ou o pregão

Duma verde esperança aprisionada

Entre as violáceas pétalas da paixão.

 

 

Mas quando for derrubado o muro

E das torpes peias me sentir liberto

Nesse ansiado verão, já livre e seguro

 

 

Ficarei deslumbrado, boquiaberto

Vendo os velhos coroando o futuro

Com as rosas caídas do céu aberto.

Abril 2021

 

 

25-04-2021