Papoilas na seara

 

Como garrido e belo umbráculo
Sois vós, ó rúbidas papoilas,
Atracção de abelhas e olhares
Onde o carmim signo da fé,
Inscrita no germe de cada grão,
É a cor da liturgia desta natura
Para sagrar no ritual da espiga
A paz celeste de uma irmandade.
E, não obstante, a evanescência
Arde no amor de um sol infindo,
Oiro e luz de novo amanhecer,
Para urdir fábulas de esperança
No cântico do madrigal da seara.

Jan. 2024

 

 

17-01-2024