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Desvairados, nesta louca
corrida
Sulcamos mundos envenenados
Por palavras de traiçoeira magia
De onde dimana um materialismo
Atraente, reluzente, e até sedutor
Fazendo prisão de nós mesmos
Com a perda do sentimento espiritual
Trocado pela ganância materialista
Para sofrermos, sem que o saibamos
Todos os malefícios dessa atração
Por inépcia, insipiência ou arrogância
Ficando dúbios, frágeis, vulneráveis,
Insensíveis ás luzes de um misticismo
Promotor daquela suprema felicidade
Que a sabedoria dos antepassados
Inscreveu a oiro nas laudas dos tratados
Como grata experiência sentida, vivida
E deixada aos vindouros como dádiva
Plena de caridade, de amor, e de justiça;
Um nobre legado que não sabemos ler
Por via do deslumbre da nossa ignorância,
Nem as sábias palavras que não ouvimos
Pela secura semântica das suas raízes
Afundadas na vastidão do esquecimento
Do desinteresse, da distração lúdica
E da vazia facúndia da nossa eloquência
Benzida pelo demónio da avidez indigesta:
A besta fera desta tamanha infelicidade.
Junho
de 2023 |
