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Na ponte oscilante a
ligar
o normal e o anormal,
conceitos mal definidos
mas aceites em função
de princípios também eles
imprecisos,
encontro-me só
e sinto-me atravessado
por ontológicas ondas
de cobardia, de inveja
e de impotência geral
vindas dos fundos da História
desde Horácio a Pessoa
passando por Camões,
provocando-me a vertigem
do inatingível
e reduzindo a expectativa
a uma resignação
feita das palavras perdidas
na busca do verbo
mas logo achadas no silabário
dum amor infinito
adensado pelo mistério
que o esconde do efémero
na grandeza da simplicidade.
Novembro de 2021
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