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I
Sejam então as flores de maio
Com o seu perfume de amor,
O bálsamo à mão de quem porfia
Ainda que nem sempre alcance
Ou dos que arriscam a entrada
Na cíclica fragrância desta natureza
Onde a essência é a química indutora
De emoções insólitas de conquista
Impondo rituais e práticas ímpares
Que, nem os sentimentos de posse
Manchados por centelhas de ciúme
Conseguem contornar ou desfazer.
II
Esta conjugação espiritual de seres
Propõe o uso de enigmática liturgia
Com rituais transversais aos tempos
Onde ardentes maquinações seminais
Serpenteando na doidice do instinto
Trepam pela espiral infinita do desejo
Na busca da felicidade no absoluto:
Um ágape a partilhar por dois seres
Em partes supostamente iguais,
Um hino à glória da eterna ilusão
Sob os auspícios do sol primaveril.
Maio de 2023 |
