Modelo de lugre – miniatura

Os anos passaram e esse tempo lá ficou muito para trás. Só a beleza da paisagem se manteve imutável. Aveiro expandiu-se, tornou-se airosa e a sua história foi-se fazendo.

Todo este quadro serviu de berço à EPA, que viu a luz a 26 de Maio de 1928, dia calmo e soalhento. Sociedade por quotas de responsabilidade limitada, formada pelos sócios fundadores, de Aveiro, Egas da Silva Salgueiro, Alfredo Esteves, Jeremias Vicente Ferreira, Albino Pinto Miranda; Bagão, Nunes & Machado, Lda., de Lisboa; os restantes, Teixeira F.os & C.ª Lda., Gregório Rodrigues Pinto; Rodrigues Pinto, Lda., Narciso Pinto Loureiro, Cardoso, Rego & C.ª Lda., e Dr. Américo Teixeira, do Porto. O capital social, uma fortuna, mil contos o que, para o tempo, era uma importância considerável.

Bacalhoeiros acostados em Aveiro

Mas a Empresa não parou de crescer. Em Outubro de 1932 entraram para a sociedade Lívio Salgueiro, Pedro Grangeon, D. Diogo Passanha, Carlos Roeder, Leonardo de Carvalho, António Salgueiro, Francisco Lopes e Henrique Rato; em 1938 entrou o Dr. Manuel Esteves, quando já o capital ascendia a dez mil contos; finalmente, em 24 de Agosto de 1966, a Empresa transforma-se em sociedade anónima e o seu capital atinge os noventa mil contos.

A acompanhar toda esta dinâmica, a vertente operacional acompanhou o crescimento verificado. E, assim, o lugre «Santa Joana» foi o primeiro a ser adquirido, seguindo-se os lugres «Santa Isabel» e «Santa Mafalda», todos construídos em madeira e saídos dos Estaleiros Mestre Manuel Mónica, da Gafanha. Foram estes três veleiros que em 1929 largaram da ria directos à Barra, velas enfunadas, vaidosos, acenando aos que no cais ficavam a vê-los partir, até perder de vista. E lá vão Atlântico fora!

 

 

página anterior início página seguinte