a mulher

e o desporto

AS exigências da vida moderna obrigam, por vezes, a mulher a fazer um esforço físico e moral muito superior às suas possibilidades, pois que a luta constante entre o bem e o mal obrigam a um esgotamento, não só do espírito, mas também do corpo, que interessa a todo o transe evitar.

O desporto, quando praticado com o verdadeiro conhecimento do significado da palavra, é um dos melhores meios para devolver ao organismo as forças perdidas.

Não. O desporto, como erradamente muita gente supõe, não exige dispêndio de forças, quando é praticado sem exageros e a par de uma preocupação moral elevada: a de cultivar também o espírito.

Principalmente a mulher intelectual deve praticar bastante o desporto, para, não só distrair o espírito, mas também revigorar o corpo. Mas de maneira alguma o desporto pode implicar a abdicação dos deveres da mulher, pois o desporto será um complemento da sua vida, como o são da sua toilette o chapéu e as luvas.

E quais os desportos praticáveis pela mulher? Não citando todos, podem mencionar-se os mais importantes, tais como: o Badmington, que, praticado com a graciosidade de movimentos característicos na mulher, se torna um dos mais agradáveis desportos; o Ténis, que, sendo do género do anterior, apenas requer um pouco mais de actividade; e o Voleibol feminino (pois há o voleibol masculino) que é muito interessante, por ser bastante movimentado, e ao qual a mulher consegue, com a sua leveza e feminilidade, emprestar um pouco de suavidade e elegância, coisas que por si só o voleibol não tem. Teremos, por fim, a natação e o hipismo, que são desportos dignos de particular referência, em especial o primeiro, pois é o mais praticado pela mulher. Pena é que nem todas saibam tirar o melhor partido da natação, pois é um dos desportos mais saudáveis e de fácil aprendizagem. O Hipismo, não sendo...

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... praticado, é um belíssimo desporto, e que enche de prazer quem o pratica, exigindo-lhe um esforço mínimo.

Mas, para que o desporto possa dar o resultado desejado, repetimos, é preciso que seja praticado sem exageros, apenas com a intenção de tornar o corpo são para que possa albergar um espírito nobre.

O desporto não tira graciosidade de maneiras, nem a desenvoltura dos gestos, nem tão pouco a flexibilidade dos movimentos característicos da mulher. Muito pelo contrário. Quando a mulher se dedica um pouco ao desporto, ele redobra-lhe o valor das suas qualidades físicas e também espirituais.

Que toda a jovem pratique o desporto; e então veremos as raparigas cheias de vida e saúde, de olhos brilhantes, faces coradas e a boca aberta num sorriso de alegria, como que a dizer: avante pelo desporto feminino!