Acesso à hierarquia superior.

 

origens e evolução da

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

 

Para podermos definir a palavra Trabalho temos que a tomar nas suas diversas acepções. Na primeira, considera-se como Trabalho as condições de execução, isto é, o esforço e os meios postos em jogo com vista a um resultado que se pretende atingir. Na segunda, o Trabalho é a própria obra, quer dizer, produto do esforço, o resultado atingido. Na terceira, quando se diz que o salário é o preço do Trabalho o serviço prestado pelo trabalhador.

É sobre a primeira definição que vai incidir a «Organização do Trabalho», que podemos definir como sendo «Ciência que estuda o Trabalho, baseando-se na análise e medida das tarefas profissionais, tendo em vista a descoberta de melhores processos operatórios, com o fim não só de aumentar a produtividade, isto é, a relação de valor duma produção com os meios postos em jogo, como também a criação de melhores condições para os operários».

Para melhor se compreender como apareceu a Organização do Trabalho, é necessária uma breve análise do desenvolvimento industrial, através do tempo. Podemos distinguir quatro fases fundamentais.

Até ao Séc. XVIII Os comerciantes e operários encontravam-se agrupados segundo as suas profissões em corporações, passando o ofício de pais para filhos sem quaisquer modificações, obedecendo o trabalho à rotina. Uma mesma entidade fabricava o produto um a um, promovendo a sua venda directamente ao público. Temos assim o artesanato.

No Séc. XVIII No começo deste século deu-se um grande incremento nos transportes, aumentando-se desta maneira as possibilidades de trocas comerciais entre diversos mercados. Os fabricantes têm possibilidade de exportar para outros locais os seus produtos, o que conduz à necessidade de fabricar em maior quantidade, mas, em contra partida, têm que enfrentar a concorrência que, com maior facilidade, vem do / 9 / exterior, sentindo assim necessidade de fabricar melhor e mais barato. Têm portanto que rever e melhorar os seus métodos de fabricação.

Séc. XIX Neste século deu-se o aparecimento da máquina a vapor, que originou, em Inglaterra e França, a «Revolução Industrial». A máquina permite uma concentração de energia superior à energia humana e assim, como consequência da sua instalação, há um grande aumento de produção e, contrariamente o receio existente na época chamada às oficinas de maior número de braços, não só para realizarem aquelas operações que as máquinas não podem fazer, como também para a conservação das próprias máquinas.

Devido à mão de obra não estar devidamente preparada para as novas funções, tornou-se necessário dividir o trabalho em fases, para permitir a cada operário uma rápida aprendizagem e conseguir uma cadência de fabricação elevada. Como exemplo típico deste caso, aparecem-nos os E. U. A., com a sua crise de 1870, resultante de grande aumento de população, proveniente da imigração, e na sua maior parte sem qualquer ofício. Deu-se assim um rápido aumento das necessidades dos bens de consumo que não se podiam fabricar em quantidades suficientes por não haver mão de obra qualificada. Teve desta maneira que se subdividir o trabalho em fases, como já se disse. Foi Winslow Taylor quem, pela primeira vez, estudou, duma maneira precisa, a subdivisão do trabalho, tendo cometido porém o grande erro de, pretendendo tirar o máximo rendimento do homem, o olhar só sob o seu ponto de vista físico, comparando-o com uma máquina.

Séc. XX O trabalho começa a humanizar-se. Definiram-se clinicamente coeficientes de repouso, isto é, as percentagens de abono de tempo para a eliminação de cansaço produzido por um dado trabalho, estudaram-se as condições ambiente de modo a tornarem-se mais agradáveis os locais de trabalho, tomaram-se medidas no domínio da segurança e prevenção de acidentes, promoveu-se, por simplificação e coordenação dos meios postos em jogo o aumento de produção.

Devemos destacar nesta fase os nomes de Fayol, na Organização Administrativa, dos esposos Gilbreth, no estudo dos movimentos, de Barnes, Lehman e outros, e de organismos como o B. T. E., CEGOS, CNBOS, BIT, etc.

 

engenheiro maia e moura

 
 

 

página anterior início página seguinte