OS QUE CHEGAM

Pregão de Aveiro

 
 

     Coro
Barriquinhas! barriquinhas!
Quem quer? quem quer? quem quer?...
São beijos de tricaninhas,
Doces beijos de mulher!

Barriquinhas! Barriquinhas!
Quem quer? quem quer? Olá!...
É da mão das tricaninhas
Que a barriquita se dá.

     Vendedeira de gare
Tome lá, ó seu lambão,
Que esta barrica magana
Leva dentro o coração,
Seu lambão,
E os beijos d'uma tricana.

 

     Vendedeira de gare
Querem comprar
Ovos moles ou mexilhão?...

Quando o comboio chega,
Pouca terra... pouca terra...  pouca terra...
O lindo pregão de Aveiro
Canta, baila, salta e grita, grita e berra.

 

     Coro
Querem comprar
Ovos moles ou mexilhão?
Em latinhas e barricas
Coisas ricas,
Nada há mais
Que nos console...
São delícias cá da terra,
E tudo berra
No pregão dos ovos moles.

Com açúcar ou pimenta,
Todos tenta,
Ninguém foge
De comprar...
Chegam uns e outros vão
E o pregão
Jamais deixa de soar. 

   

 

Pregão de Aveiro (Quadro II)

 
   
 

     Vendedeira de gare
Querem comprar
Ovos moles ou mexilhão?

À hora da partida
(Té... té... té... té... té... té...)
A barrica adquirida
Corre todo Portugal e o Mundo até.

 

     Coro
Querem comprar
Ovos moles ou mexilhão?

Com essa cara ratona
Você, que está aí à bica,
Té vai andar à tapona,
Sem vergonha
P’rá apanhar esta barrica.

Esta senhora engraçada
        pelo sorriso que tem,
Vai ser já presenteada,
        — Está corada?
C'uma barrica também.


 

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