Podia ter sido advogado, mas optou pelo futebol. Primeiro
como jogador, depois como treinador. Vítor Manuel Perdigão Urbano nasceu em Aveiro, a 8 de
Novembro de 1953. Tem o Beira Mar no coração e foi o responsável por
alguns dos melhores momentos vividos por este clube. Feitas as contas,
são quase três décadas dedicadas ao futebol. Jogador e treinador num
homem só
− alguns momentos de uma vida votada ao "desporto
rei".
Vítor Manuel Perdigão Urbano nasceu em Aveiro a 8 de
Novembro de 1953.
Iniciou o seu percurso desportivo aos 15 anos, nos
juvenis do Beira Mar, onde jogou duas épocas antes de passar a júnior.
Em 1971, após ter feito toda a pré-temporada como titular dos seniores, sob a orientação do
treinador Ramim, vê-se dividido entre a hipótese de profissionalização e
o seguimento dos estudos. Face à intransigência dos dirigentes do clube
beira-marense, opta pela entrada na Universidade de Coimbra, curso de
Direito, o que o obrigou a abandonar a equipa de Aveiro.
Durante as épocas de 1971/72 e 1972/73, incorporou o plantel do Gafanha e do Oliveira do
Bairro, respectivamente, não necessitando de comparecer aos treinos, o
que lhe facilitou os estudos.
Com o período de instabilidade académica criada pelo 25 de Abril de
1974, Vítor Urbano
resolveu trocar a austeridade das salas de aula pela liberdade dos
campos de futebol e regressa ao Beira Mar.
Iniciou funções de treinador no Beira Mar como adjunto de
José Domingos, em 1985, quando ainda estava inscrito como jogador. Quatro
anos volvidos, passa a treinador principal dos juniores e consegue um quarto lugar na fase final do campeonato nacional.
Em 1989 assume o comando da equipa técnica dos seniores
aveirenses, numa altura em que o clube estava numa situação delicada.
Conseguiu fazer uma segunda volta razoável, atingindo o principal
objectivo da equipa
−
a manutenção na I Divisão Nacional. No ano seguinte, dispondo de um plantel onde constavam nomes
como os de Hélder, José Ribeiro, Rodolfo, Petrov, Oliveira, Sousa, Abdel Ghani e Dino, conduz a equipa a um
inesperado sexto lugar na classificação final do campeonato e à primeira
e única presença do Beira Mar numa final da Taça de Portugal. Acabaria
por perder por três bolas a uma contra o F. C. do Porto.
Foi considerado o melhor treinador da I Divisão, pela
Associação Nacional de Treinadores e o melhor treinador português, pela
revista "Foot".
Na época de 1992/93, depois de uma fase final convincente,
que acabaria por deixar o Beira Mar em oitavo lugar, Vítor Urbano
firma-se na posição tomada a nove jornadas do fim do campeonato,
quando
− descontente com certas "inverdades" transmitidas pela
comunicação social
− resolvera comunicar o seu afastamento no final da
época e abandona o clube.
Ao serviço do Paços de Ferreira é considerado o melhor
treinador de 1994, atingindo o final da primeira volta em quarto lugar,
imediatamente atrás dos "três grandes" do futebol português.
No início da segunda volta entra em litígio com o
presidente do clube, não pactuando com a ideia da participação dos
jogadores titulares num torneio de futebol de salão, temendo as lesões provocadas pelo piso sintético.
Em 1996/97 regressa ao Beira Mar e no último ano esteve ao
serviço do União da Madeira.
Confessou-se surpreso com a competitividade existente na
Divisão de Honra "onde se joga um futebol diferente e que procura o
golo, ao contrário do que acontece na I Divisão, onde os clubes não
lutam tanto."
O Beira Mar é a equipa do seu coração, porque como diz
"nasci em Aveiro".
Ora,
bolas!
Vítor Urbano conta
Homem de personalidade forte, prefere assumir a
responsabilidade das decisões que toma, em vez de tomar decisões
assumidas pelos outros, porque um treinador tem que ser livre de tomar
opções. O poder das Direcções termina do lado de fora das portas dos
balneários."
Tem o Curso Nacional de Treinadores, nível 4 (o nível
máximo), afirma que "para ser um bom treinador é preciso perceber de
futebol, ser um bom condutor de homens e, sobretudo, ter aquela pontinha de sorte nos momentos
decisivos."
De cavalo para burro ou vice-versa?
"No futebol profissional passa-se de besta a bestial!"
O "senhor" do Beira Mar
"O Lobão é um central de marcação algo irreverente, mas muito duro, que joga bem de cabeça e tem
revelado uma
capacidade incontestável."
Lembra Luís Vieira
com saudade:
"Um grande homem que me deu um apoio incondicional, o que
me permitiu fazer um trabalho com qualidade."
Disse Vítor Urbano. |