Mensário do 7º D

  Sal de Aveiro  ▲

25 Maio 93

Nº 4


OS VIVEIROS DE CRIAÇÃO INTENSIVA DE PEIXE, UMA SOLUÇÃO PARA O SALGADO DE AVEIRO?

Reportagem por Tatiana e Nuno Rafael

Ouvimos o Sr. Mark George Hartog, administrador da empresa "Delvis" e responsável pela reconversão em viveiros de peixe de uma parte sul do salgado aveirense.

S. A. – Qual o significado da palavra Delvis e em que tipo de empresa se insere?

M. H. – Delvis não tem qualquer significado. É uma palavra como outra qualquer. É uma sociedade anónima por acções. Os capitais são mistos – portugueses e holandeses.

S. A. – Quando se fundou?

M. H. – Em Portugal, a empresa é recente e data de 1986.

S. A. – Porque foi escolhida esta localização?

M. H. – Interessava-nos uma parte do salgado e contactámos a Universidade para obtermos alguns dados. Optámos por esta área, porque é das poucas a que se pode ter acesso por terra.

S. A. – Qual a quantidade da área de salgado reconvertida?

M. H. – 150 hectares foram transformados em viveiros, numa área total de 4000 hectares ocupados por salinas.

S. A. – Em que consistiu a reconversão, ao nível da estrutura fundiária?

M. H. – A estrutura das salinas teve de ser totalmente alterada: destruíram-se as divisórias entre os diferentes compartimentos, aprofundaram-se os fundos, e toda a salina se transformou num viveiro, ligado aos canais por um sistema de comportas por onde a água da laguna entra e sai.

S. A. – O que está a ser produzido actualmente e em que quantidades?

M. H. – A produção actual ainda é pouco significativa. A maioria dos viveiros encontra-se em construção. Neste momento, produz-se em três viveiros, cuja produção, no ano passado, foi à volta de 15 toneladas.

S. A. – Qual o destino actual da produção?

M. H. – Depende da espécie: a dourada, pouco utilizada na gastronomia portuguesa, é exportada para a Itália e Espanha e constitui a maior produção; o robalo e a enguia são para consumo Interno e vendidos praticamente aos restaurantes.

S. A. – Que perspectivas têm para o futuro e que tipo de mercado pretendem alcançar?

M. H. – Cada vez há menos peixe nos mares, daí que a única alternativa seja a piscicultura. A procura de peixe para a alimentação, porque mais saudável, tem vindo a aumentar e não podemos esquecer o aumento demográfico. Actualmente, a rede comercial principal é portuguesa, visto que a produção é pequena. A expansão da rede a um maior mercado será possível quando a produção for grande, só assim se podem contrabalançar os gastos relativos ao transporte de grande  raio.

S. A. – Que factores de produção são necessários e onde são adquiridos?

M. H. – O alimento para os peixes, e os próprios peixes; uns são capturados directamente da "ria", mas a maioria vem de viveiros de criação do Algarve, em camiões tanque onde são produzidos artificialmente.

S. A. – A actual rede de transportes dá hipóteses à expansão da empresa?

M. H. – A rede rodoviária precisa de ser traçada para alta velocidade e para grandes veículos de modo a garantir a chegada do peixe para criação em boas condições, senão corre-se o perigo de a água do tanque se tornar poluída, por excesso de amónia que se vai desenvolvendo.

S. A. – A empresa criou, na área, postos de trabalho? Quantos?

M. H. – Até ao momento, treze postos de trabalho.

S. A. – Com a reconversão produziram-se alterações no equilíbrio ambiental local?

M. H. – No impacto ambiental, a piscicultura  intensiva torna-se poluidora das águas, se não se tomarem certos cuidados. São utilizados filtros na entrada e saída das águas nos viveiros.

S. A. – Que medidas, para preservação do património natural, foram tomadas?

M. H. – Já considero respondido.


  FICHA TÉCNICA

COORDENADORA ► Teresa Mafalda

JORNALISTAS ► Tatiana, Patrícia e Marta

REPÓRTERES ► Xavier e José Rui

COLABORADORES ► Professores de Português, Ciências Naturais, Geografia e História

LAYOUT ► Delfim, José Rui, Fátima Bóia e Céu Cruz

RECONVERSÃO HTML 2013 ► H. J. C. O.

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17-12-2013