AVEIRO E SUAS SALINAS – MIL
ANOS DE HISTÓRIA
O documento mais antigo que
se conhece sobre Aveiro é uma doação feita pela condessa Mumadona Dias,
viúva de Hermenegildo Gonçalves, ao Mosteiro de Guimarães, por ela
fundado.
São os seguintes os termos
da referida doação: "...in territorio Coimbre... terras in
Alauario et salinas que ibidem comparauimus." Este documento
é datado de 26 de Janeiro de 959. Faz-se notar, porém, que, se nesse
documento D. Mumadona declara que no território de Coimbra faz doação
das suas terras de Aveiro e das salinas que ali tinha comprado,
concluiremos que houve um anterior proprietário, o vendedor, pelo que a
existência da cidade há-de reportar, pelo menos, a um ano antes. É que,
sendo a doação datada de Janeiro, aquelas salinas já deviam existir
desde o Verão precedente.
Encontra-se, assim,
comprovado, sem qualquer dúvida, que Aveiro já era conhecida naquela
data, pelo que, em 1959, ocorreu o seu milenário. Tal facto deu lugar a
que o Município comemorasse com diversas solenidades aquele longínquo
acontecimento, inclusive promovendo a publicação do livro "Milenário de
Aveiro", onde estão contidos documentos para a história da nossa região,
livro esse cujo autor foi Rocha Madail, e nos servirá de base para
pesquisarmos o passado do Salgado Aveirense.
No próximo número, faremos
referência a outros dados posteriores que, igualmente, mencionam
Aveiro
e as suas salinas.
Canal de S. Roque.
Imagem actual dos palheiros. À esquerda, o Restaurante, à direita,
os armazéns. Para ver o antes e o depois (1993 e 2013), clicar na gravura. |
A TRADIÇÃO EM VERSO
S. Gonçalinho quis um
dia,
Assistir à botadela;
Pois nessa festa da ria,
Ia apanhando a piela.
Doutra vez, foi às marinhas,
E quis também rer o sal;
Jamais havendo até agora,
um marnoto assim igual!
(in
Amadeu de Sousa,
S. Gonçalinho em Redondilhas) |
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