Mensário do 7º D

  Sal de Aveiro  ▲

Março 93

Nº 2


 

AVEIRO E SUAS SALINAS – MIL ANOS DE HISTÓRIA

O documento mais antigo que se conhece sobre Aveiro é uma doação feita pela condessa Mumadona Dias, viúva de Hermenegildo Gonçalves, ao Mosteiro de Guimarães, por ela fundado.

São os seguintes os termos da referida doação: "...in territorio Coimbre... terras in Alauario et salinas que ibidem comparauimus." Este documento é datado de 26 de Janeiro de 959. Faz-se notar, porém, que, se nesse documento D. Mumadona declara que no território de Coimbra faz doação das suas terras de Aveiro e das salinas que ali tinha comprado, concluiremos que houve um anterior proprietário, o vendedor, pelo que a existência da cidade há-de reportar, pelo menos, a um ano antes. É que, sendo a doação datada de Janeiro, aquelas salinas já deviam existir desde o Verão precedente.

Encontra-se, assim, comprovado, sem qualquer dúvida, que Aveiro já era conhecida naquela data, pelo que, em 1959, ocorreu o seu milenário. Tal facto deu lugar a que o Município comemorasse com diversas solenidades aquele longínquo acontecimento, inclusive promovendo a publicação do livro "Milenário de Aveiro", onde estão contidos documentos para a história da nossa região, livro esse cujo autor foi Rocha Madail, e nos servirá de base para pesquisarmos o passado do Salgado Aveirense.

No próximo número, faremos referência a outros dados posteriores que, igualmente, mencionam Aveiro e as suas salinas.

Canal de S. Roque. Imagem actual dos palheiros. À esquerda, o Restaurante, à direita, os armazéns. Para ver o antes e o depois (1993 e 2013), clicar na gravura.

A TRADIÇÃO EM VERSO

S. Gonçalinho quis um dia,
Assistir à botadela;
Pois nessa festa da ria,
Ia apanhando a piela.

Doutra vez, foi às marinhas,
E quis também rer o sal;
Jamais havendo até agora,
um marnoto assim igual!

(in Amadeu de Sousa,
      S. Gonçalinho em Redondilhas)

▲▲

 

página anterior início página seguinte

11-12-2013