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farol n.º 32 - mil novecentos e sessenta e nove ♦ setenta, pág. 8.

O DESCOBRIMENTO DA ÍNDIA

Vasco Afonso Branco & Luís Manuel Branco Lopes
(4.º ano)
 

OS cruzados vindos do Oriente tinham disseminado o gosto pelo luxo oriental.

As especiarias vindas do extremo Oriente, comerciadas pelas repúblicas italianas, tinham de sofrer inúmeras contingências.

Havia, além disso, o perigo dos assaltantes e ladrões nas vias por onde estas riquezas
circulavam.

Era absolutamente necessário ir buscar directamente à Índia aquelas riquezas tão desejadas pelas quais os homens europeus vibravam.

A iniciativa foi tomada por um reino de homens com espírito de navegadores e aos quais o mar temia, escondendo-se Neptuno nas suas cavernas mais tenebrosas. Sim! Neptuno já sentia não ser o deus do mar.

D. João lI, homem de ideias certas e seguras, escolhe para comandante da sua frota Bartolomeu Dias que descobriu a passagem Sul. Prepara ainda a grande viagem empreendida por D. Manuel I e que notabilizaria Vasco da Gama «Homem solteiro e de idade para sofrer os trabalhos duma tal viagem» (extraído da «História dos Descobrimentos Portugueses» por Damião Peres).

A esquadra era constituída pelas naus S. Gabriel, S. Rafael e Bérrio, previamente escolhidas e equipadas.

Era nestas cascas de nozes que Vasco da Gama, Paulo da Gama, Nicolau Coelho e, depois Gonçalo Nunes, iam depor do seu trono Neptuno e, mais uma vez, vencer o Gigante Adamastor.

Partindo do Restelo no dia 8 de Julho de 1497, rumaram às Canárias impelidos pelo vento favorável às naus e aos válidos empreendimentos.

A frota ancorou em Cabo Verde, partindo de seguida. Detém-se novamente um pouco antes do Cabo da Boa Esperança. Desembarcando na Baía de Santa Helena, Vasco da Gama aproveita a oportunidade para se pôr a par das riquezas existentes naquela parte do Mundo Português, enquanto reparavam os navios.

As naus ultrapassaram o Cabo em 22 de Novembro de 1497. Estava aberto o caminho
para a Índia onde as riquezas
/ 14 / abundavam, à espera que fossem trazidas para a Europa.

O navio de apoio, devido às fortes correntes é despedaçado, mas os alimentos são distribuídos pelos restantes.

Todos estes movimentos comandados por uma voz poderosa mas serena o que inspirava plena confiança aos membros da equipagem. Estando já a tripulação cansada e tendo-se propagado a peste, surge um dia em que o vento faz com que a expedição ganhe o caminho perdido.

Havendo necessidade de reabastecimento de água, incitados pela voz fremente de Vasco da Gama, os portugueses, os grandes navegadores portugueses atingem a Terra da Boa Gente em 11 de Janeiro de 1498.

Este descobrimento teve uma repercussão extraordinária no carácter da alta burguesia europeia que se lança no fausto e no ócio.

Mas aquele grandioso pequeno reino, ligado intimamente ao mar como se fossem irmãos, tornara-se por seu intermédio num grande e poderoso Estado.

Portugal descobria as entranhas e segredos do mar, enquanto este lhe pagava os seus descobrimentos, dando-lhe fama e glória.

 

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11-06-2018