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farol n.º 25 - mil novecentos e sessenta e seis ♦ sessenta e sete, págs. 17 e 18.

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O sr. P.e Arménio não nos deixou - O sr. P.e Arménio permanece junto de nós!

 

LOGO no começo do ano lectivo correu célere a novidade: – o Sr. Padre Arménio deixou o Liceu!

– Mas porquê, perguntava-se?

– Porque fora nomeado pároco da Glória, respondia-se.

Sim, todos estavam de acordo que ele era muito digno do novo cargo, mas, enfim, há dez anos que ele trabalhava no Liceu, num apostolado fecundo, rodeado da amizade, da estima e da admiração de todos: professores, alunos e empregados. Ele era do Liceu!...
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Tudo isto nos ocorreu ao espírito, ao procurarmos juntar umas linhas de homenagem àquele que, ainda novel sacerdote, aqui iniciou uma jubilosa carreira de entrega total à juventude que sabia, como ninguém, cativar e conduzir, de forma extraordinária, no caminho difícil da perfeição e da virtude.

O Sr. Padre Arménio é, sem falsa lisonja, um verdadeiro Homem e um exemplaríssimo Sacerdote. A verticalidade do seu carácter, a sua grande cultura, a ponderação, a simpatia, a delicadeza e o fino trato que são timbre da sua rica personalidade tornam a sua convivência um prazer – prazer para o espírito, prazer para a alma, A sua boa disposição, o seu sentido do bom e são humor criam à sua volta um clima de alegria, de descontracção que se reflectem sempre no rosto daqueles que o vêem aproximar-se.

Mas, de braço dado com o Homem e confundindo-se com ele, anda o Sacerdote. E quem, melhor do que o Sr. Padre Arménio, sabe ser ao mesmo tempo Sacerdote e Homem? Aqui reside o segredo do êxito dos que foram chamados por Deus a uma Missão Superior e começa a tragédia daqueles poucos que, embora chamados, não foram capazes de resolver este binómio do humano e do divino. Os alunos do Liceu abriam-lhe confiadamente as suas consciências, quantas vezes torturadas pela dúvida, pelo desgosto, pelo desespero, na certeza de que encontrariam na sua inteligência, na sua cultura, na sua compreensão de homem e na sua alma de apóstolo o remédio para os seus males. É que todos tinham a certeza que o Sr. Padre Arménio sabia ouvir, compreender, sentir e aconselhar. O sacerdote zeloso encontrava sempre as palavras convenientes que, como bálsamo salutar, serviam de lenitivo à tortura da consciência, certamente a maior de todas as outras.

O Sr. Padre Arménio deixou o Liceu! Não, o Professor de Moral deixou o Liceu, mas o Homem e o Sacerdote ficam connosco. O Sr. Padre Arménio é agora o nosso pároco – o sacerdote responsável pela freguesia a que o Liceu pertence; e continuará a ser o Amigo e o Confidente que como Homem de Deus receberá sempre de braços abertos aqueles que pertencem a este Estabelecimento de Ensino.

O Sr. Padre Arménio não nos deixou, o Sr. Padre Arménio permanece junto de nós!

Desejamos juntar a esta breve e despretensiosa homenagem ao Sr. Padre Arménio umas palavras, simples mas sinceras, de saudação ao seu sucessor o Sr. Padre Pinho. Sabemos já que a escolha não poderia ter sido melhor. Mas poderíamos nós esperar uma escolha que não fosse a melhor por parte do nosso querido e zeloso Bispo que tantas provas de inequívoca benevolência tem dispensado ao nosso Liceu?
Que o apostolado do Sr. Padre Pinho junto da juventude do Liceu renda cento por um são os votos que lhe formula o FAROL.

 

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12-06-2013