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farol n.º 17 - mil novecentos e sessenta e quatro ♦ sessenta e cinco, págs. 9 a 11.

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 1º Ciclo

A raiz quadrada

Paulo Manuel Nordeste
(2.º ano)
 

A raiz quadrada é, de certo,
uma bela operação.
Mas é por vezes tão má
que abala o coração.


Os Professores aborrecem-se
e ralham até mais não.
Mas lá está a raiz quadrada
A meter-nos confusão.


Quando no exercício calha
tudo é medo e pavor
e só se ouvem protestos
contra o senhor Professor.


Até na infeliz chamada
ela tem que aparecer,
a pobre raiz quadrada
que tanto nos faz tremer!
 


Naufrágio

José Paulo Vieira da Silva
(2.º ano)
 

Certo dia, andando os valentes pescadores na sua faina do mar, levantou-se uma forte ventania e o mar começou a rugir como leões esfomeados. Faziam todos os possíveis para voltar para terra. Em terra, muitas pessoas, a maior parte da família, gritavam de desespero sem nada poderem fazer, e começaram então a rezar, pedindo a Deus que salvasse os pescadores. O mar levava tudo: embarcações, barracas, e outras coisas.

O povo fazia o que podia por salvar aquilo que era seu ganha pão. Aquela barca conseguiu chegar a terra, mas havia outra, mais pequena, que corria muito perigo.

Toda a aldeia estava na praia.

Então aconteceu uma coisa horrorosa: virou-se a outra barca que levava dois homens não muito novos e uma mulher. Os dois salvaram-se, com a ajuda de alguns valentes que estavam em terra, mas a mulher morreu.

Ao outro dia, passados quilómetros do sítio do desastre, apareceu arrolado o corpo daquela mulher que morrera afogada.

Assim é a vida do mar. Assim é a vida dos pescadores.
 


De Aveiro à Vila da Feira

Mariano Pires
(2.º ano)
 

De manhã cedo do dia 5 de Abril lá partimos nós, os alunos do 1.º ciclo, alegres e bem dispostos, a afinar as goelas, pois sabíamos que iríamos gritar até enrouquecer, para a Vila da Feira. Era dia grande, dia de excursão.

Durante todo o caminho, uma orquestra improvisada molestava os ouvidos com os seus agudos sons, mesmo dos que fossem surdos como pedras.

Chegámos à fábrica de vidros de Oliveira de Azeméis, fábrica de esta de grande prestígio, não só no nosso País mas também no estrangeiro. Corremo-la de ponta a ponta, e saímos maravilhados, mas não sem primeiro levar algumas lembranças de tão magnífica fábrica.

Mas era tempo de retomar a marcha e lá fomos, com a barriga a dar horas, embora fosse ainda bastante cedo.

Andámos e gritámos e, por fim avistámos o lugar marcado para o almoço. Apre, parecia que não chegava mais.

Descemos da camioneta e apreciámos a beleza do parque de «La Sallete», tirando fotografias, ora aqui, ora acolá.

Enfim, foi dada a ordem para comer. Então, parecia uma alcateia de lobos esfomeados a correr para as cestas.

Comemos, mas, confesso, mais dos outros do que da nossa!

Em dez minutos estava, como se costuma dizer, o prato limpo. Houve mesmo quem comesse com fome de uma semana...

Embarcámos novamente, desta vez para o castelo da linda Vila da Feira. Em cima de uma colina apareceu majestoso e imponente o castelo, lembrando os combates que ali se deram, tempos atrás.

Ameias, galerias, torres, etc., foram percorridas por nós como se conhecêssemos o castelo perfeitamente, e até pensámos ter descoberto numa fenda da rocha um tesouro escondido, dos tempos passados!...

Visto o castelo, partimos para o Furadouro onde realizámos um excelente desafio de futebol, que "terminou com a vitória da equipa do segundo ano, (a culpa foi do árbitro, disseram os do 1.º ano!). E lá fomos outra vez, mas, agora, em direcção ao ponto de partida: Aveiro!

 

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08-06-2018