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farol n.º 15 - mil novecentos e sessenta e quatro ♦ sessenta e cinco, pág. 5.

O Liceu Nacional de Aveiro

e o Ultramar

Natal

Rosa Cristina Ferreira de Carvalho
(4.º ano)
 

25 de Dezembro! Nata!

Palavra pequenina que enche a alma de ternura e alegria e também – quantas vezes! – de amargura, de saudade, de revolta contra um mundo tão diferente daquele por que Jesus sofreu e morreu!

Se os grandes e poderosos meditassem na lição de humildade do presépio e no exemplo de amor de Jesus, quão diferente seria a Vida!

Ainda sou nova; mas para mim, o Natal já não é só a quadra maravilhosa dos presentes, do lindo presépio sempre o mesmo e sempre novo, da consoada à roda da mesa cheia de luzes, frutas e doçarias.

Ano a ano compreendo melhor o significado desta data única em que se comemora em todo o mundo cristão um novo Natal!

Quem me dera a mim, dar ao menos no Natal, paz, amor, alegria e conforto a todos os infelizes, tristes e miseráveis!

Sei que há tantos sem a alegria e o conforto dum lar feliz na Noite Santa de Natal!

Quantos lares de pobrezinhos sem pão, nem conforto, nessa Noite!

Quantos, doentes, gemem nos seus leitos de dor pedindo a Jesus que os alivie dos sofrimentos!

Quantos, ausentes das suas famílias, labutam em terras longínquas sofrendo de saudade, de tristeza, de solidão, nessa Santa Noite!

Mas são Aqueles que, lá longe, em Terras Portuguesas, lutam na defesa da nossa Pátria que, neste Natal, devem ser mais lembrados em orações tão fervorosas como as dos amigos, ao entoarem: «Glória a Deus nas Alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade».

 

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08-06-2018