Acesso à hierarquia superior.

farol n.º 11 - mil novecentos e sessenta e três ♦ sessenta e quatro, pág. 6.

Triste e só...

Licínia Maria da Branca Senos
(4.º B)

Triste e só
Junto da lareira acesa
Chora uma mulher.
Nos seus olhos, lágrimas de amargura
Simbolizam dor e tortura
De um coração farto de sofrer


E ela chora...
Chora e reza
Embora triste e só.
O negro do seu luto
Qual noite escura e sem estrelas,
Simboliza uma vida impiedosa e dura.
O lume, ao apagar-se, parece todo um só gemido
E a mulher mal sustém o coração partido.
E ela chora...
Chora e reza, mas continua triste e só.

* * * * *

Quero o mundo envolvido em escuridão

M. A. F. O.
(6.º ano)

Quero o mundo envolvido em escuridão,
Deixar de ouvir o murmurar das fontes.
Que nunca mais se vejam flores p'lo chão
E haja só penedos pelos montes.


            Não desça mais luar sobre as colinas
            E cale o melro o som do seu trinar...
            A minha mocidade está perdida
            E meus olhos cansados de chorar.


Já nada me sorri... A própria Vida
Conduz-me a um abismo aterrador!
Ninguém me dá a mão... Irei sozinha


            Por este atalho já... Que importa a dor
            Da minha alma tão dilacerada,
            Romeira em busca dum perdido amor?

 

página anterior início página seguinte

08-06-2018