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farol n.º 1 - mil novecentos e cinquenta e sete ♦ cinquenta e oito, pág. 7.

Portugal!

António Alberto V. Cruz
2.° Prémio – Poesia – 3.° Ciclo


Ó ave majestosa e imponente,
No teu voo deixas rastos de glória!
Acolhes sob as asas tanta gente:
Eterna geração! Feliz memória!


Vieste lá do Céu, ó ave querida,
Desceste e pousaste como num sonho.
Nós fizemos de ti a nossa vida;
De teu torrão, nosso mundo risonho.


Voar, voar sempre, pensaste então,
E a tua alma nobre, mas bravia,
Levantou voo, deixando o coração,
Por tempo que jamais ninguém sabia.


Pelas terras que passaste, o teu carinho
Ficou enraizado em outras almas
Que agora cantam muito baixinho
Um hino de louvor, de eternas palmas.


No teu voo, semente de memórias
Tão eternas e quanto elevadas!,
Eu vi teu bico espalhar tantas glórias,
E o teu corpo calor a desgraçadas.


Agora voltaste, mas lá ficou
A tua alma em tão nobre gente,
E o que um dia de ti se desligou
Reuniu-se-te agora eternamente.


Quando a tua vida corre perigo,
Tu sobes numa prece ao Criador,
Pedindo ajuda a Tão Sincero Amigo
Que t'a dá com o Seu maior amor.

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E quando a calma volta ao teu viver
Tu desces ao quanto querido ninho:
Sobre as asas, memória de sofrer:
Sobre as asas, memória do carinho.


Ave amada, meu lindo Portugal,
És a minha vida! e o teu torrão,
A tua gente, as glórias sem igual,
Estão num trono no meu coração.

                                                   D. PATRIOTA

 

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04-06-2018