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Vinte e nove anos


 

Dói. Dói muito.
Numa dor mansa, fininha, penetrante, calada.

Nestes dias de Agosto e Setembro,
Quando o sol teima em deitar-se cada dia mais cedo,
Como esquecer a cidade dividida e as casas sitiadas?

Labirintos em turbilhăo
Turvando sonhos e passos,
Arrasando vidas e corpos e almas…

Desfeito colar de missangas coloridas
Caindo uma a uma em areia movediça…

Dói. Dói muito. Ainda dói muito.

(2004)

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