Aida Viegas, O Tempo das Delícias (poesia), Cucujães, 1999, p. 38.

Estender a Bonança

Está cinzento o céu?
Vamo-lo pintar,
Destapar o Sol
E ver os campos brilhar.

Ruge forte o vento?
Vamo-lo parar,

Estender a bonança
Ouvir as aves cantar

Está seca a terra?
Vamo-la regar,

Espalhar a semente
Para a vermos germinar

Reina a tempestade?
Há que a acalmar.
Ir lançar as redes
Pôr os barcos a pescar.

Mas se o desalento
De ti se apossar
Levanta teus olhos
Não te deixes alquebrar

Vai raiar a aurora
Tens de te apressar
É já finda a noite
Está o dia a começar

Reergue-te e parte!
Reergue-te e parte!
Reergue-te e parte!...
Nova vida vai chegar.


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