Aida Viegas, O Tempo das Delícias (poesia), Cucujães, 1999, p. 28.

Partem p'rà Noite

Partem aos bandos
Pardais à solta
Patrulham ruas,
Bares, discotecas.
Partem p’rá noite
Os “Play-Boys
E as Bonecas”.

Amargo fruto
Da sociedade
Bebem e fumam
A saciedade.
Tudo experimentam
Não há maneiras
Não há controlo
São só asneiras.
Não são os últimos
Nem os primeiros.
Escravos do vício
Estão prisioneiros.

Pena gastarem
A mocidade
Sem perceberem
Que a liberdade
Com que sonharam
Virou grilheta,
Venda, mordaça
E não há vontade
Que tal nó desfaça.
A liberdade
Virou desgraça


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