Em nome da
Assembleia de Escola começo por saudar os representantes das
Instituições Democráticas do Concelho e, com uma referência
especial, saúdo os antigos professores e alunos desta escola.
Senhor
Presidente do Conselho Executivo, caros colegas, queridos
alunos:
1. Uma das
riquezas mais estimulantes dos sistemas educativos é a
diversidade de projectos que os integram, em expressão da
pluralidade de ideias, e também, da necessidade de ajustamento
a circunstâncias locais, de natureza sócio-económica ou
cultural, por parte das instituições que viabilizam esses
projectos.
Neste
sentido, cada escola em concreto deve assumir um rosto
próprio, recusando tendências unanimistas, em termos de se
poder afirmar pela singularidade que os seus protagonistas, ao
longo dos anos, foram capazes de construir. Não se trata de
tentar ser diferente, em razão de quaisquer caprichos
insondáveis, mas sim por se reconhecer que a acção educativa,
para ser consistente, tem de ajustar-se ao tempo que corre e às
condições pessoais dos alunos, dos professores e de outros
agentes educativos.
Sendo certo
que o primeiro princípio de uma boa atitude educacional é o
respeito pela diversidade, neste sentido, cada escola vai
criando “uma cultura própria” que, gerada pelo entusiasmo de
todos quantos por ela passaram, se traduz numa forma única de
estar, informada pela visão que tem do mundo e da Vida e, bem
assim, pela relação que estabelece com os seus alunos e toda a
comunidade envolvente.
Quer isto
dizer que, em cada momento, não se deve adoptar qualquer
imagem cultural, importada de onde quer que seja, mas sim ir
solidificando um processo contínuo e criativo, em que o
estádio de cultura que a tradição institucional já ofereceu
se vai revigorando com novos contributos, dentro de uma
atitude de respeito por todos aqueles que, sucessivamente,
moldaram aquela tradição.
2.
Felizmente, nos seus 50 anos de vida, o Liceu Nacional de
Aveiro sempre assumiu esta atitude de gestação progressiva de
“uma cultura institucional própria”, afirmando-a em múltiplos
momentos de intervenção educativa e social. Por isso mesmo, os
que agora aqui estamos devemos uma homenagem a todos os que
nos precederam e, com a sua acção, nos deixaram uma mensagem
de insatisfação permanente na obra que realizamos. Temos
consciência de que se trata de um projecto sempre inacabado,
mas o importante é tentar prosseguir, com persistência, o
caminho que nos indicaram.
Neste
espírito, a todos que por aqui passaram e em especial aos
professores, quero deixar uma mensagem de agradecimento e de
apreço pelo estímulo que a sua acção sempre representou para
nós.
3. Com o
devido respeito por todos, permito-me personalizar na figura
insigne do Dr. José Pereira Tavares essa homenagem, pois todos
reconhecemos que, durante muitos anos, foi a “imagem pública”
do próprio Liceu, enriquecendo, até com o seu prestígio
individual e cultura invulgar, o respeito e a consideração que
o Liceu já adquirira no País.
Queridos
alunos, o pedagogo José Pereira Tavares é uma das forças que,
atravessando os tempos, representa a Escola Serviço Público,
Plural e de Excelência. Escola que, através da solidariedade
entre as diferentes instituições escolares, incluindo a
Associação de estudantes e as comunitárias, continua a ser um
dos poucos espaços onde pode nascer uma sociedade que crie um
mundo melhor.
Aveiro, 12
de Outubro de 2002
A Presidente
da Assembleia de Escola
Maria do
Céu Sucena Ferreira da Cruz |