O
passo curto, vergado, o sorriso
entre
frases breves, truncadas,
a
serenidade limpa, agitada
na
mistura das memórias
enquistadas no segredo do tempo,
e a
alma alavancada, dorida
na
certeza angustiada de um enfim
por
dentro da dúvida do talvez
esquecido no comprimido da esperança
já
fora do prazo de validade.
Descartado, engolido em seco
neste
restauro de primavera,
fica a
circunstancial ilusão do instante
na
invocação dos ausentes, prenúncio
ou
renúncia da nossa finitude
que
vai cruzando os ínvios trilhos
pela
eternidade da lembrança.
Manuel Barreiro, 2010
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