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De novo se faz ouvir a voz do capitão do «Rio Mondego»:

/ 35 / – «Vitorioso», daqui o «Rio Mondego»! Os meus homens estão a aprontar-se; o «mata-bicho» está dado...

Velho hábito, velha prática; «mata-bicho» dado, companha fora! Sintomas de que os novos não se esquecem.

Mas em resposta, não foi a voz calma do «velho lobo do mar» que se fez ouvir, mas sim a do jovem capitão, impetuosa. Então o outro punha os botes fora e ele não? Ia perder um dia de pesca por temores infundados? Ele não «via» que o tempo estava bom? Dentro de poucas horas estava calma e não ia aproveitar?

– Por mim, isto está de arriar e é para já. Até logo e boa sorte.

Ainda se ouviu a sua voz, atenuada já pela distância:

–- Vamos arriar com Deus, rapaz...

Como se se estivessem a ver, os outros dois, calejados, manhosos, velhos pescadores, esfregaram as mãos, satisfeitos.

E também ambos falaram para o convés, para aqueles homens sombrios, faces duras, olhos receosos a mirarem o mar revolto.

– Vamos, rapazes, os outros já arriaram, nós não somos menos do que eles e vamos fazer o mesmo. Ora vamos arriar com Deus!

– Vamos arriar com Deus!!!

 

 

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