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Suponho que poucas pessoas se aperceberão dos largos capitais empregados em novas construções como esta, o «Santa Isabel», que V. Ex.
as acabam de ver e que em nada desmerece das que já se têm construído no estrangeiro para o mesmo fim, e bom será que se saiba o seu custo, não por vaidade ou por nos querermos pavonear com a ressonância de tal importância, mas simplesmente para que publicamente se possa apreciar o risco a que está sujeita uma indústria como esta da pesca do bacalhau, no emprego de tal volume de dinheiro, correndo a sorte dos temporais e de poder ou não encontrar o peixe que procura para encher os seus porões, embora haja muita fé e confiança no prestígio e conhecimentos profissionais das suas tripulações, de que no «Santa Isabel» se destacam o seu comandante e 1.º maquinista, e ainda no milagre das rosas de que foi protagonista a excelsa Rainha Santa Isabel, desta vez transformando, no arrastão que tem o seu nome, o sal em bacalhau.

Este arrastão custou cerca de quarenta e cinco mil contos e o seu apetrechamento para a sua primeira viagem de pesca mais cerca de cinco mil, mas a esperança e fé que temos no nosso Governo, especialmente nos Ministérios da Marinha e da Economia, dão aos armadores a coragem de fazer construir estas unidades, certos e confiantes de que a indústria da pesca do bacalhau será ainda mais acarinhada e os seus regulamentos actualizados, em confronto com os dos mercados estrangeiros. E ainda dentro desta fé, a Empresa de Pesca de Aveiro tem em construção um segundo arrastão, o «Santa Cristina», gémeo do «Santa Isabel», cujo lançamento à água será feito ainda este ano.»

O Sr. Egas Salgueiro salientou a seguir as ajudas que o Governo, através dos vários organismos ligados à indústria, concede para estas / 12 / construções, as quais não são demais encarecer.

 

 

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