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Antes da largada, tinham os dois capitães combinado navegar para Portugal sempre juntos, pelo menos até aos Açores, caso fosse possível, mas nessa primeira noite, devido a um grande temporal, logo se perderam de vista para se não tornarem a encontrar durante a viagem.

O «Ariel», de linhas bem lançados, navegava bem, mas o «Nazaré 2.º», barco de linhas grosseiras, que era até alcunhado de «O Tamanco», ficou para trás.

Cerca de 15 dias depois, estava o «Ariel» à barra de Aveiro. Alegria geral em terra, para os que viam chegar o navio dos seus e não cabiam em si de contentes. Os familiares da tripulação do «Nazaré 2.º», ansiosos, perscrutavam o horizonte, tentando descortinar uma vela, mas em vão e todos os dias ali iam, esperando, esperando sempre.

Entretanto, o «Ariel» foi chamado para a barra (não havia, como hoje, um rebocador). E à força e à feição do vento, aproa para entrar. Porém, inesperadamente, bate num banco de areio, desgoverna e em poucos momentos regista-se a perda total de um barco que não chegou a completar a sua primeira viagem.

Nós, ainda longe, lá vínhamos navegando a «passo de boi», preocupados principalmente com a falta de mantimentos.

Em terra, chegara-se à conclusão que já não devíamos ter que comer, nem água, ou que o temporal que apanháramos à saída dos bancos fora tão forte que o «Nazaré 2.º» não teria aguentado...

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