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E assim foi: meu dito, meu feito.
Relampagos, trovões, agua a potes. Em cinto minutos nem um fio
enxuto. Era o ceo velho a desabar. A chuva não vinha ás gotas, caía
em estilhaços.
E aqui está porque estacionamos em
acantonamento cerrado, – acantonamento á cunha, visto não ser
possivel aguentarmo-nos no bivaque.
Não obstante, e tanto maior motivo para
lhe ficarmos gratos, Mamarrosa acolheu-nos com musica e foguetes
bandeiras e flores, aclamações á Patria, á Republica e ao exercito.
Viva Mamarrosa!
Dia 18. – Levantou o tempo. A
roupa enxuta atabalhoadamente ao fogo ou pendurada durante a noute
ao fumeiro, resolveu protestar contra tais processos. Reage ao
vestir.
Fazem-se as despedidas. O regimento
forma e muzica á frente, vai desfiIando.
Tudo corre bem: deixamos um doente em
Bustos mas já viera mal de Aveiro.
Lindas moças em alas, á entrada da
povoação, e de algumas das janelas, ao passarmos em Amoreira da
Gandara, nos cobrem de flores. A povoação é pequenina, pequenina e
bonita como as suas desenvoltas e lindas moças. Tomaram muitas que
são grandes poder imital-a. Bandeiras ao vento, foguetes ao ar.
Isto anima.
– O caminho de Malhapão. Durante a
marcha executam-se alguns exercicios de segurança e reconhecimento,
indo-se comer a ração fria da manhã numas terras proximo dos pinhais
do Mateus, de S. Mateus do Matias. Não me lembro. Foi-se-me o nome.
Passamos em Ancas, Mogofores e Caneira
sempre bem recebidos e entramos em Anadia, onde fomos acantonar na
Quinta Agricola, uma construção elegante e vistosa, entre vinhas bem
tratadas, com um belo panorama la do alto.
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Anadia egualmente nos recebe com
expansões entusiastas e muitos foguetes. Oferecem-nos frutas que são
magnificas. Os srs. Vicentes, lavradores e creadores, dali,
mandam-nos um presente de vinho delicioso.
Dia 19 – Vamos marchar para
Agueda, um pouco mais de 16 quilometros por boas estradas e em
regulares condições de tempo.
Assim a trovoada não volte.
Voltou.
Começam os exercicios subordinados a
termos tacticos deduzidos de determinada situação dos dois partidos,
norte e sul.
Nós somos do do sul. O do norte é o
inimigo.
Forças do partido norte batidas nas
proximidades da Mealhada retiram ao longo da via férrea pela estrada
Mealhada, Anadia, Oliveira do Bairro, Aveiro, Estarreja, Ovar.
O nosso regimento que faz parte dum
destacamento mixto do partido sul, fortemente provido de cavalaria,
é encarregado de perseguir o inimigo, procurando cortal-o da sua
base de operações.
Logo em Aguada de Baixo temos um combate
contra cavaIaria, que corre bem e termina ainda melhor, porque
fizemos aí o descanço de meia etape, marcado para o almoço.
Pomo-nos de novo em marcha. Agora o
calor aperta a asfixiar-nos. Dos pinhais saem bafuradas de fôrno.
Enfim já se avista Agueda. Começamos a encontrar amigos na Borralha.
Viva! Viva!
Na vila é como se fosse dia de gala.
Muita gente, foguetes, aclamações patrioticas. Assim aguentam-se
todas as fadigas. Já tinha chegado o 3.º batalhão que saira de Ovar,
fazendo as etapes da Feira, Oliveira de Azemeis, Angeja por
Albergaria-a-Nova, e finalmente Agueda.
Bivacamos em campos contíguos. O dr.
Eugenio Ribeiro é incançavel e tem requintes de amabilidade para com
todos.
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