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farol n.º 32 - mil novecentos e sessenta e nove ♦ setenta, pág. 7.

VIAGEM AO FUNDO DO MAR

Mário Rui Belo V. Ferreira
(3.º ano)
 

É dia 15 de Agosto de 1965. Na fortaleza da turma B tudo dorme. Eu, Mário Rui, vou tocar a campainha de despertar. Toco. Tudo salta do cama. Vestem-se, lavam-se, alimentam-se e preparam os coisas. São 5 h 30 m. da manhã, e o Luciano vai arranjar o submarino com o Gama, Cardoso, Patarrana, etc..

Os outros tratam dos serviços de rádio e televisão, transmissões e emissões. O Nascimento e o Humberto tratam das lentes do periscópio. Às seis horas é a hora da partida. Eu e os meus colegas de turma entramos para o submarino. O comandante, Luciano manda imergir o submarino; todos estamos nervosos, mas, ao mesmo tempo, contentes e alegres, pois vai começar a grande viagem ao fundo do mar. O nosso submarino, que se chama Zorguen, tem possibilidade de imergir até 9.600 km de profundidade. Recebemos uma mensagem de terra dum nosso amigo que quis falar connosco a avisar-nos de que no sitio onde pensamos ir há uma grande caverna que é capaz de nos engolir. É um perigo.

Ficamos todos aterrorizados com a notícia e ainda medrosos, pensando mesmo em voltar atrás, mas o Luciano não concordou; quis aventurar-se.

Em todo o caso, levávamos a bordo a companhia dos nossos companheiros do RTTB, Rádio Televisão Turma B, em que os nossos colegas Ulisses, Nuno, José António e Nelson nos transmitiam alguns programas de televisão.

Eram oito horas e o Luciano deu ordem de observação ao periscópio, e verificámos que estávamos perto do Pacifico, zona onde queríamos imergir.

Imergimos e entrámos na tal caverna aquática. Somos perturbados por certas ondas sonoras misteriosas. Perdemos o contacto da rádio, e deixámos de ver a televisão. Ficámos presos durante 5 dias. Ao 3.º dia tentámos sair, explodindo um torpedo. Tudo isso em vão.

Vimos passar grupos de anémonas gigantes e perigosas.

Ao longo do tempo, vimos ao cimo da água um barco da turma C; pouco depois, os mergulhadores, que são o João Luís. o Paião, o Torrão e o Pedro.

Foi a nossa sorte, pois já nos estavam a faltar os mantimentos. Viemos para terra e lá ficou o nosso Zorguen.

Este ano, se passarmos o ano, iremos num Zorguen maior com todos os nossos professores, ver o outro submarino, que está na caverna.

Foi uma aventura muito boa e emocionante.

 

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11-06-2018