Compilação e adaptação de
António Manuel Gaioso
Se é certo que
Portugal Continental tem as suas belezas incomparáveis, que
provocam a admiração dos estrangeiros que o visitam, não é menos
certo que
Portugal de Além-mar as possui não menos belas. Vou referir-me a
algumas das belezas panorâmicas de Moçambique, Angola e Madeira.
LOURENÇO MARQUES, capital
de Moçambique, tem hoje características idênticas às das cidades europeias.
Compreende duas partes distintas: a comercial, na Baixa,
e a residencial,
na Alta. Está semeada de jardins cuja variedade de flores presta
à cidade um
aspecto pitoresco. Possui ainda uma bela praia – a praia da Polana,
onde os habitantes da cidade podem refrescar-se.
A 80 km de
Lourenço Marques
encontra-se uma das belas estâncias de repouso: Namaaxa.
Esta pequena vila tem uma temperatura amena, uma água magnífica
e
jardins duma beleza extraordinária, serve de refúgio à população da cidade nos
dias de maior calor. Há quem considere Namaaxa «Curia de
Moçambique».
LUANDA,
capital
de Angola, é hoje uma cidade grandiosa quer pela sua situação quer pelo seu desenvolvimento. Como belezas naturais
possui uma formosa baía e a ilha que constitui o deleite do povo de Luanda
que aí
acorre sempre
que lhe é possível a procurar o fresco das suas árvores e das suas
águas.
A 90 km de Malange
encontra-se um dos mais maravilhosos espectáculos que Portugal
possui em África: «As
Quedas
de Água do Duque de
Bragança.
As águas do rio Lucala, ao precipitarem-se num fundão de
100 metros, produzem um estrondo ensurdecedor. A contrastar com o poderoso caudal
e ao
lado da grande massa de água, correm finíssimos fios de água como
que a
fugirem da fúria do imenso torvelinho. Em volta estende-se uma
floresta virgem. Um espectáculo que não é possível descrever.
Mas é na
ILHA DA MADEIRA
que o viajante encontra belezas sem par. A povoação que se ergue na
encosta dum monte lembra uma cascata. As casas rodeadas de lindos
jardins com mirantes de glicínias e das mais variadas trepadeiras
dão à ilha um encanto particular.
Pela amenidade do seu
clima, sempre regular, pois ali não há
frios nem calores excessivos, pela beleza e extensão das suas praias, pelas suas
atracções, por tudo isto ela é
justamente chamada «A Pérola do Oceano». |