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farol n.º 16 - mil novecentos e sessenta e quatro ♦ sessenta e cinco, pág. 27.

CURIOSIDADES

        A história do Calendário

DESDE os tempos mais remotos que os homens verificaram que a sucessão dos dias e das noites obedecia a leis precisas, tendo sido seguidos vários calendários ao longo dos tempos até ao actual..

Os calendários antigos baseavam-se nos movimentos da Lua: 12 lunações constituíam um ano lunar de 354 dias. Faltavam, portanto, 11 dias, de modo que o início de um ano lunar podia percorrer todas as estações em 33 anos. Hoje, só os Maometanos utilizam ainda o ano lunar primitivo com meses de 29 e 30 dias.

Os sábios esforçam-se por fazer concordar o ano lunar com a mudança das estações e isso obrigou-os a prolongar o ano lunar criando anos de 12 meses e outros de 13 meses. Este calendário, que compreendia anos de diferentes durações, sendo os mais curtos de 353 dias e os mais longos de 385, ainda hoje é válido no calendário Israelita que começou no ano 3761 a. C. É designado por calendário embolísmico por intercalar vários dias, tentando fazer concordar o ano lunar com o ano solar.

Baseando-se na estrela Sírius, os antigos egípcios criaram o ano solar de 12 meses de 30 dias ao qual juntavam 5 dias e, de 4 em 4 anos, um dia suplementar (ano bissexto).

Os Romanos tinham um calendário lunar em que o ano começava a 1 de Março. Este calendário está na origem dos nomes de Setembro (7.º), Outubro (8.º), Novembro (9.º), e Dezembro 10.º). Durou até 46 a. C. altura em que Júlio César empreendeu a reforma do calendário, inspirando-se no calendário egípcio. Em honra de Júlio César denominou-se o 5.º mês de Julius (Julho), e mais tarde chamou-se Augustus (Agosto) ao 6.º mês, do nome do imperador Augusto.

Os cristãos continuaram a utilizar o calendário Juliano, mas notaram que apesar dos anos bissextos, o ano do calendário continuava em desacordo com o ano solar, totalizando 10 dias, na Idade Média, a diferença entre eles. O Papa Gregório XIII corrigiu esta diferença, determinando que ao dia 4 de Outubro de 1582 sucedesse imediatamente o dia 15 de Outubro, passando, portanto, 10 dias que não tiveram existência na história. Gregório XIll conservou os anos bissextos tal como os egípcios os haviam criado, mas como esta correcção, consistindo em juntar o 29.º dia ao mês de Fevereiro de 4 em 4 anos, não era suficiente, determinou que os anos de início de século não seriam todos bissextos. Assim só aqueles cujos primeiros algarismos eram divisíveis por 4 teriam 366 dias; 1900 não foi ano bissexto, ao passo que o ano 2000 o será. O calendário Gregoriano é válido ainda actualmente e é de tal modo preciso que será necessário esperar 3000 anos para que a pequena diferença que existe com o ano solar totalize 1 dia.

 

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08-06-2018