DESDE
os tempos mais remotos que os homens verificaram que a sucessão dos dias e das noites obedecia a leis precisas, tendo sido seguidos vários calendários ao longo dos tempos até ao actual..
Os calendários antigos baseavam-se nos movimentos da Lua: 12 lunações constituíam um ano lunar de 354 dias. Faltavam,
portanto,
11 dias, de modo que o início de um ano lunar podia percorrer todas
as
estações em 33 anos. Hoje, só os Maometanos utilizam ainda o ano
lunar
primitivo com meses de 29 e 30 dias.
Os sábios esforçam-se por fazer concordar o ano lunar com a
mudança das estações e isso obrigou-os a prolongar o ano lunar
criando
anos de 12 meses e outros de 13 meses. Este calendário, que
compreendia anos de diferentes durações, sendo os mais curtos de 353
dias e os mais
longos de 385, ainda hoje é válido no calendário Israelita que
começou no
ano 3761 a. C. É designado por calendário embolísmico por intercalar
vários dias, tentando fazer concordar o ano lunar com o ano solar.
Baseando-se na estrela Sírius, os antigos egípcios criaram o ano
solar de 12 meses de 30 dias ao qual juntavam 5 dias e, de 4 em 4
anos, um dia suplementar (ano bissexto).
Os Romanos tinham um calendário lunar em que o ano começava a
1 de Março. Este calendário está na origem dos nomes de Setembro
(7.º), Outubro (8.º), Novembro (9.º), e Dezembro 10.º). Durou até 46
a. C. altura
em que Júlio César empreendeu a reforma do calendário, inspirando-se
no calendário egípcio. Em honra de Júlio César denominou-se o 5.º
mês de
Julius (Julho), e mais tarde chamou-se Augustus (Agosto) ao 6.º mês,
do
nome do imperador Augusto.
Os cristãos continuaram a utilizar o calendário Juliano, mas
notaram
que apesar dos anos bissextos, o ano do calendário continuava em
desacordo com o ano solar, totalizando 10 dias, na Idade Média, a
diferença
entre eles. O Papa Gregório XIII corrigiu esta diferença, determinando
que
ao dia 4 de Outubro de 1582 sucedesse imediatamente o dia 15 de
Outubro,
passando, portanto, 10 dias que não tiveram existência na história.
Gregório
XIll conservou os anos bissextos tal como os egípcios os haviam
criado,
mas como esta correcção, consistindo em juntar o 29.º dia ao mês de
Fevereiro de 4 em 4 anos, não era suficiente, determinou que os anos
de
início de século não seriam todos bissextos. Assim só aqueles cujos
primeiros algarismos eram divisíveis por 4 teriam 366 dias; 1900
não foi ano
bissexto, ao passo que o ano 2000 o será. O calendário Gregoriano é
válido ainda actualmente e é de tal modo preciso que será necessário
esperar 3000 anos para que a pequena diferença que existe com o ano
solar totalize 1 dia. |