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farol n.º 8 - mil novecentos e sessenta e dois ♦ sessenta e três, pág. 9.

Aveiro

Fernando A.


As âncoras. Os barcos. As gaivotas.
O casario. A ria. O sonho. As ondas.


Paisagens líricas da beira-Ria
com lenços brancos de barcos de cores
e um cheiro a maresia
embarcada com luz de ouro de céu azul,
redes, moliço e pescadores.


Barcos traçando rotas.
E as gaivotas
ficam-lhes a acenar.
de asas abertas à esperança de voltar.


As âncoras. Os barcos. As gaivotas.
O casario. A Ria. O sonho. As ondas.


Entre a música longa do mar
a Ria vai de coração aberto.
Ao longe,
             búzios a cantar
cantares marinhos,
ao perto
a Cidade, a sonhar,
com domingos de sol pelos caminhos.


As asas das gaivotas são de neve
e há luz deitada sobre montes de sal.
Nos meus olhos repousa um barco leve,
dentro de mim alonga-se um mastro real.


A Ria, as gaivotas... Aveiro de mil anos.
Os barcos, as ondas... Aveiro de Portugal!
 

 

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06-06-2018