João Carlos Paes Braga
(4.º ano)
...Uma janela florida, sol de Primavera, uma criança,
uma bola de sabão...
Grandes olhos, cheios de encanto, seguem-na no ar...
Bola de sabão, olhos de criança...
Nela os reflexos coloridos da luz; nos seus, reflexos
indecisos duma vida, que mal sentiu a dor e a quem o futuro ainda
ilude.
Bola de sabão, olhar límpido, sem malícia... raio de
luar perdido na intensa luminosidade do sol nascente...
A brisa, levou-a o vento, desfê-la... e tudo acabou: já
não é criança!
Um sopro de Deus lhe deu vida, e os grandes olhos, os
olhos alegres e despreocupados de outrora, são agora olhos tristes,
magoados de quem já viveu...
Bola de sabão desfeita, inocência perdida... infância
condenada ao sofrimento sem fim...
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A bola desfez-se, a Primavera não voltou, a criança
fez-se homem e só resta o pensamento duma infância que não volta...
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Uma janela florida... sol de Primavera... uma criança... uma bola de sabão... |