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As Casas Pressentidas


Dói-me essa dor

 

Dói-me o trigo 
quando amanhece

a luz coada 
que pousa 
sobre as nuvens levíssimas 
do linho

Dói-me essa dor  
que sublinha a mágoa

a pedra acesa 
do chão  
se arrefece

as marcas da água 
sobre um rosto

os cavalos 
tão cansados 
por quem me perco

dói-me a terra

e o corpo frágil  
em que me encerro

 


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