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Poemas do Tempo Incerto


Templo de Diana Évora

 

A PAULO QUINTELA

Nada resta dos deuses mortos 
senão a recordação deles 
nestas pedras colunas vivas 
gravadas a martelo  
a escopro a suor

são mortos e se degradam 
os deuses  
no contágio humano 
deles nos fica apenas 
o retrato o esboço 
do seu rosto a febre 
com que os pintamos 
os talhamos na pedra 
os amaldiçoamos

é nossa a glória 
não deles 
se estas colunas 
estão de pé 
se estes campos reverdecem 
cada ano
e Diana reaparece ainda 
na memória  
em cada dia

                                           Março, 1979

 


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