Os meus amores vão e vêm
Tão firmes e tão efémeros
Tão nostálgicos e tão saudosos
São eternos instantes de prazer
Guardados pela memória que os presentifica
Em todos os momentos de solidão
São pedaços de mim
Estilhaçam-me o peito
Inquietam-me o corpo e a alma
São revoltosos
Transpiram uma inquietude megalómana
Transluzem uma impaciência em efervescência...
Os meus amores são ansiedade em estado líquido
Exausto devir de adrenalina pura
Sempre explosivos
Impulsivos
Gritantes…
Não compactuam com as regras
Ultrapassam todos os limites
O convencionalmente estabelecido
Os freios hipócritas da moral instituída
São o excesso
A hipérbole
A “des-medida”
A deflagração perene do sentir
Não se contêm mais dentro de mim
Vagueiam pelo espaço libidinal
De um Universo ilimitado,
Sem princípio nem fim…
Isabel Rosete
27/12/2007 |