Hierarquia superior

O Tempo

 

Definitivamente
Somos viandantes…


Passageiros de múltiplas paragens
Sem lugar certo ou determinado…


Vagueamos
Sem pátria
Sem destino…


Sem habitação
Sem morada…


Somos metamorfoses ambulantes
De espaços de inflamação…


Pedaços
De um tempo finitamente infinito
Que sempre nos domina…


Vivemos na vã aspiração
De controlar esse naco de nós
Pela minuciosa máquina
Que o nosso pulso suporta…


Voltada
Sempre voltada
Para os nossos olhos…


Para os olhos de todos os outros
Ansiosos
Expectantes…


Por um tempo vindouro
Onde qualquer ideal
Possa ser consumado
“Ad eternum”…


Que ilusão
Somos nós
Homens …!


Entes de palpites inconstantes
No pulsar de um Mundo
Que nunca adormece…


Buliçoso
Turbulento…


Gira
Sobre nós próprios…


Faz-nos mover
Dentro e fora das nossas órbitas…
 


Conduz-nos
Para o espaço debilitado da nossa condição
De estritos seres de passagem…


Em digressão
Sabe-se lá para onde…

Isabel Rosete
19/01/2001
17/02/08

 

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