Quantos são
os mistérios da escrita,
No seio da
imensidão do nosso universo linguístico
As pausas,
Os
silêncios,
E sempre as
palavras
Que nos
comovem ou,
Simplesmente,
Nos fazem
explodir
Sentimos o
enigma do mundo,
Na sua
dispersão e re-união
Uma
inquietante estranheza inicial
Coloca-nos
na face dos mistérios
Insondáveis,
Da Natureza
E do Homem
Ficamos
atónitos
O silêncio
regressa,
Apesar de
toda a prosologia
Iniciamos a
próxima viagem,
Mais uma,
Em todo o
nosso peregrinar,
Tão genuíno
como o canto dos pássaros que,
A todo o
instante,
Nos fazem
escutar
Os seus
hinos de celebração da Terra,
Que sempre
acolhe os nossos passos,
Tão pesados
quanto a massa do Mundo
Caminhamos
para uma nova era,
Embora nunca
saibamos,
Exactamente,
Para onde
correm os rios
Os rios do
“obscuro” de Éfeso
Que nos doou
essa maravilhosa metáfora
Da sucessiva
transformação
De todas as
coisas,
Sempre
outras,
Sempre
outras…
Sempre as
mesmas,
Num eterno
retorno,
Marcado
pelos traços
Da
esmagadora infinitude…
27/12/200 |