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Amar é o desespero de um coração carente
À procura da outra metade que o complete
Somos incapazes de nos completar a nós mesmos
Precisamos sempre de um outro
Qualquer um outro…
Procuramos o outro de nós…
Essa terrível e eterna dependência do outro
Que não conseguimos
Encontrar em nós …
Que desgraça
A do coração humano,
Sempre em falta,
Irremediavelmente só e despedaçado
Lamenta,
Lamenta-se…
Não sabe estar só,
Dialogar consigo mesmo
Encontra,
No seu âmago,
O vazio
Do seu próprio preenchimento
Amar,
É coisa dos homens
Sem dúvida
Desses seres solitários,
Incapazes de percepcionar
A solidão como outra forma de amor:
O amar-se a si mesmo…
E isso não basta,
A estas criaturas errantes?
Não
Não basta…
Nada basta…
Há sempre um mais e um depois,
Que aflora
Em todos os pensamentos,
Até mesmo,
Nos mais recônditos,
Inconscientes….
Isabel
Rosete
09/05/20007 |