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        8.º 
        Reitor 
        – Dr. José Pereira Tavares. Diplomado pelo Curso Superior de 
        Letras. Nascido em 1887. 
        
        
        
        Foi 
        reitor interino desde Janeiro a Março de 1926; reitor efectivo desde 
        Julho do mesmo ano a Julho de 1931; e é novamente reitor desde 23 de 
        Outubro de 1940. 
        
        
        
        
         Durante a 
        primeira reitoria, fizeram-se reparações no edifício principal; 
        mobilou-se decentemente a sala dos professores; adquiriram-se carteiras 
        novas para as salas de aula; calcetaram-se os cobertos do recreio dos 
        alunos e da passagem para o Anexo; arborizou-se o recreio dos alunos; 
        beneficiaram-se extraordinariamente os gabinetes de Ciências Naturais, 
        Física, Química, Desenho e Geografia, e continuou a enriquecer-se a 
        biblioteca. 
        
        Além 
        disso, de Agosto a Setembro de 1927 foram feitos importantes 
        melhoramentos nas instalações do edifício anexo, graças à concessão de 
        50 contos, feita pelo Ministro da Instrução (Dr. Alfredo de Magalhães), 
        que em 31 de Dezembro de 1926 visitara o Liceu. 
        
        Criada a 
        Junta Administrativa do Empréstimo para o Ensino Secundário (Setembro de 
        1928), fez o reitor instantes diligências, afinal improfícuas, para que 
        esse organismo procedesse às necessárias obras de ampliação do Liceu, ou 
        à construção de edifício novo. 
        
        A partir 
        de 1927, 
        e por iniciativa do reitor, passou o Liceu a designar-se por Liceu de 
        José Estêvão, velha aspiração do Conselho Escolar e da cidade. 
        
        
        Em Junho 
        do mesmo ano, realizou-se no Liceu de Aveiro um congresso do Ensino 
        Secundário. primeiro da série de  
        
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        congressos, devidos, 
        principalmente, à acção da revista Labor 
        (1). 
        
        A obra 
        deste Liceu, tornada conhecida pela publicação sistemática dos 
        anuários-relatórios do reitor, mereceu do Ministério da Instrução uma 
        portaria de louvor, extensiva aos professores (12 de Outubro de 1927). 
        
        Em 1929, 
        criou o reitor, com alguns antigos alunos, em especial Lívio da Silva 
        Salgueiro, Amílcar de Mourão Gamelas, José Jóia de Noronha e José Vieira 
        Gamelas, a «Sociedade dos Antigos Alunos do Liceu de Aveiro», cuja acção 
        material e moral tem sido notável. Nela se instituiu um prémio, 
        destinado a galardoar anualmente o melhor aluno na disciplina de 
        Português (2). 
        
        
        Tornaram-se tradicionais as festas patrióticas do 1.º de Dezembro e do 
        dia de Camões, com a colaboração de alunos; o Liceu passou a colaborar 
        sempre na «Semana das Colónias»; e continuou a realização de 
        conferências culturais públicas, feitas por professores e por 
        individualidades estranhas ao Liceu [Drs. Jaime de Magalhães Lima 
        (1927), Bento Carqueja (1928), prof. italiano Guido Batelli (1929 e 
        1930), e professores do liceu de Viseu, Drs. Alfredo de Carvalho, Álvaro 
        de Matos, Joaquim Figanier e Cap. Almeida Moreira (1929) ] 
        (3). 
        
        E a acção 
        cultural, extra-escolar, do Liceu prosseguiu, e prossegue nesta segunda 
        reitoria. Nas sessões de abertura das aulas, professores de diferentes 
        grupos proferem a oração de sapiência, versando temas culturais ou 
        pedagógicos; em 1943, houve duas conferências de professores italianos – 
        a do professor Francisco Sessa sobre – «Ecos de poetas italianos em 
        Camões» – e a do professor Lorenzo di Poppa acerca da – «Vida 
        Maravilhosa de Marco Polo» – em 1945, o professor francês 
        Allex-Lyoudi fez na biblioteca uma conferência sobre – «Le Roman 
        Français Contemporain» –; comemoraram-se condignamente os 
        centenários de Eça de Queirós (1945), de Gomes Leal (1948) e de Guerra 
        Junqueiro (1950); prosseguiram as  
        
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        récitas escolares, nas quais, 
        sem se esquecer o aspecto recreativo, houve a preocupação de tornar 
        conhecido o teatro de grandes escritores: Fidalgo Aprendiz, de D. 
        Francisco Manuel de Melo (1940); Falar Verdade a Mentir, de 
        Almeida Garrett (1942); Similia Similibus, de Júlio Dinis (1943); 
        Figuras Vicentinas, num arranjo do prof. José Tavares (1944); A 
        Mulher, de Coelho Neto (1947); Exortação da Guerra, de Gil 
        Vicente (1949); El-rei Seleuco, de Camões (1950) e Inês 
        Pereira, de Gil Vicente (1951). 
        
        Dos 
        melhoramentos materiais conseguidos no primeiro ano da segunda reitoria, 
        avulta o da mobilação do gabinete do Reitor. 
        
        
        ____________________________ 
        
        
        (1) – 
        Os quatro restantes congressos realizaram-se em Viseu (1928), Braga 
        (1929), Évora (1950) e Coimbra (1951). 
        
        
        (2) – 
        O Liceu distribui actualmente mais quatro prémios: «Prémio do Governador 
        Civil Nicolau Anastácio de Bettencourt», criado pelo reitor Regala; 
        «Prémio do Dr. Santos Reis»; «Prémio João Carlos», instituído em 1950 
        pelo Sr. Pedro Grangeon Ribeiro Lopes; e «Prémio Dr. Armando da Cunha 
        Azevedo», instituído pela Ex.ma Senhora D. Berta Rocha 
        Martins da Cunha Azevedo. 
        
        
        (3) – 
        Quatro professores do Liceu de Aveiro fizeram conferências no de Viseu 
        em 1920: José Tavares, Alberto Sá de Oliveira, Francisco Ferreira Neves 
        e José Barata. 
  
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